Opinião
A felicidade incomoda as pessoas e o livre arbítrio de ser feliz!
Opinião
*Por -Soraya Medeiros
A felicidade, essa sensação tão desejada e ao mesmo tempo tão subjetiva, nem sempre é vista com bons olhos por todos. Muitos já devem ter sentido aquele olhar enviesado ou ouvido um comentário irônico ao compartilhar momentos de alegria. Essa reação, embora desconcertante, revela algo profundo sobre as dinâmicas humanas: a felicidade incomoda.
Mas por quê? A resposta não é simples. Para alguns, a felicidade alheia pode servir como um espelho que reflete insatisfações pessoais, desafios não superados ou sonhos abandonados. Para outros, ela pode soar como uma afronta, como se a alegria do outro fosse um lembrete de algo que lhes falta. Esse desconforto, muitas vezes mascarado por críticas ou indiferença, evidencia o quanto a nossa própria percepção da felicidade está profundamente conectada ao ambiente em que vivemos e às relações que construímos.
No entanto, ser feliz é uma escolha. E é justamente essa decisão que pode gerar um certo estranhamento. O livre arbítrio de ser feliz, muitas vezes, exige coragem. Coragem para romper padrões, desafiar expectativas externas e, acima de tudo, assumir a responsabilidade pelas próprias emoções. Em uma sociedade que frequentemente valoriza a luta e o sofrimento como indicadores de “sucesso” ou “valor”, escolher a felicidade pode ser interpretado como um ato de rebeldia.
Essa rebeldia, no entanto, é essencial para quem deseja viver plenamente. A felicidade não deve ser encarada como um privilégio, mas como um direito intrínseco de cada ser humano. Exercitar esse direito passa por compreender que ninguém é responsável pela nossa alegria além de nós mesmos. O que os outros pensam ou sentem diante da nossa felicidade é um reflexo do mundo interno deles, não do nosso.
Entender isso é libertador. Significa que podemos seguir em frente, confiantes na escolha de sermos felizes, independentemente das reações alheias. Significa, também, que podemos exercer empatia com aqueles que não conseguem celebrar a nossa alegria, reconhecendo que eles talvez estejam em um momento de luta pessoal.
Por outro lado, é importante considerar como diferentes culturas percebem e valorizam a felicidade. Em algumas sociedades, a felicidade é vista como um objetivo coletivo, em que a harmonia social e o bem-estar da comunidade têm um papel central. Em outras, ela é mais individualista, relacionada à realização pessoal e à conquista de objetivos próprios. Essas visões distintas influenciam as reações das pessoas diante da alegria alheia. Por exemplo, em culturas onde o coletivo é priorizado, a felicidade individual pode ser interpretada como egoísta ou desconsiderada se não beneficiar o grupo. Já em contextos mais individualistas, a felicidade do outro pode ser vista como inspiração ou, em alguns casos, como competição.
Essa diversidade cultural nos convida a refletir sobre como nossa própria percepção da felicidade foi moldada e como podemos ampliar nossa visão para compreender diferentes perspectivas. Ao reconhecermos essas diferenças, nos tornamos mais tolerantes e empáticos, tanto com nossas próprias escolhas quanto com as dos outros. Ademais, isso nos ajuda a perceber que o que incomoda em uma cultura pode ser celebrado em outra, enriquecendo nossa compreensão sobre o impacto cultural nas experiências humanas.
Porém, o livre arbítrio de ser feliz também vem acompanhado de responsabilidade. Ser feliz é um ato individual, mas que ecoa coletivamente. Quando cultivamos a felicidade de forma genuína e respeitosa, inspiramos aqueles ao nosso redor a fazerem o mesmo. Essa é uma das mais belas manifestações do poder humano: a capacidade de transformar o ambiente, não pela imposição, mas pelo exemplo.
Portanto, não permita que o desconforto alheio sufoque a sua alegria. Celebre suas conquistas, viva seus momentos de paz e permita-se ser feliz – não como um desafio ao mundo, mas como um compromisso consigo mesmo. Afinal, a verdadeira liberdade está em abraçar o próprio caminho, independentemente de como ele é percebido pelos outros. E ser feliz é, sem dúvida, uma das escolhas mais poderosas que podemos fazer.
Soraya Medeiros é jornalista com mais de 22 anos de experiência, possui pós-graduação em MBA em Gestão de Marketing. É formada em Gastronomia e certificada como sommelier.
Opinião
Não dá para esquecer a delícia de um guaraná ‘quente’…
Nosso grupinho furtou boa quantidade de guaraná durante semanas; até ser flagrado…
Em meados dos anos 70, então morador do bairro Edgar Pereira, em Montes Claros-MG, descobrimos uma fonte diária para abastecer nossos corpos adolescentes com guaraná Antártica: um pequeno caminhão sempre estacionava nas redondezas.
Durante semanas, lá pelo meio-dia, horário de almoço do motorista, íamos furtar garrafas e mais garrafas desse delicioso refrigerante, abertas afoitamente nas cercas de arame farpado que margeavam o Rio Vieira.
O único problema residia mesmo na temperatura do guaraná, sempre quente, em face da exposição de horas sob sol tórrido. Tanto que, no ato do ‘voo’ das tampas nas farpas do arame, primeiro era preciso aguardar que saísse toda aquela espuma farta, para finalmente bebericarmos o líquido.
Nem sei quantas vezes furtamos guaraná à vontade, até levando algumas garrafas para casa, a fim de degustar essa popular bebida bem geladinha.
Também nos divertíamos ao imaginar o ar intrigante do motorista para tentar descobrir o sumiço diário de parte da carga. Será que pagava pelo prejuízo?
Na realidade, se pagava ou não, continuamos a furtar guaraná todo santo dia, batendo ponto cativo ao lado do caminhãozinho.
Lógico que, por precaução, antes de forçarmos a lona da carga para “puxar” garrafas seguidas, cabia direcionar olhadelas precavidas ao redor, pois o velho gorducho, condutor do caminhãozinho, poderia estar de espreita….
Enfim, era uma alegria aquele ir e vir em viagens de furto sequencial, estampando os braços abarrotados de guaraná. Vitória!
Esses furtos só não aconteciam nos finais de semana, certamente os dias em que o senhorzinho descansava. Merecidamente, convenhamos. Convinha, porém, uma sugestão: ele devia contratar um auxiliar, garantindo o guaraná ininterrupto ao nosso grupinho sacana.
Como tudo na vida um dia acaba, terminamos sendo flagrados com a boca na botija. Ou melhor: furtando guaraná. Nem sei de onde o velhote saiu de repente, acho que da mata, brandindo fúria nos gestos e na voz rouca.
– “Seus larápios mirins de uma figa! Vocês me pagam!
Espertos, eu e Floriano desandamos ágeis para a região do Rio Vieira, contabilizando boa dianteira do nosso perseguidor. Idoso, ele jamais nos alcançaria…
Já do lado oposto da cerca, percebemos que faltava um dos membros do grupo gatuno, o boa-praça Afonso. Mas lá estava ele, vimos claramente, esperneando nas mãos do irado motorista.
Aquela foi uma cena que jamais esquecerei: Afonso patinando no ar, tentando se livrar; fazia isso silenciosamente…
Isso aconteceu porque o velhote o alçou rispidamente pelo cinto, transformando sua mão direita num gancho forte.
Com Afonso sempre esperneando, o motorista empreendeu passos trôpegos rumo a Vila Brasília, bairro interligado ao Edgar Pereira.
Corremos preocupados atrás deles, tentando ver se não faria nenhuma maldade com Afonso; mesmo porque nosso amigo morava lá.
Felizmente, nós encontramos Afonso mais ou menos bem em casa, tentando sorrir confiante. No seu olhar desconfiado, relances do susto que levou minutos atrás, seguindo-se um puxão verbal de orelhas dos patriarcas, que não admitiam tais malandragens.
Nem ousamos perguntar pelo paradeiro do velho sovina. Custava nos abastecer de guaraná?
Doravante, nunca mais ousamos também nos aproximar do caminhãozinho de guaraná, temendo que seu nervoso motorista saltasse rápido do barranco em nossa direção.
EM TEMPO:
Não sei se, para nos provocar, o velhote até dispensou a lona que antes cobria as cargas de refrigerante. Com certeza, devia sempre montar campana por ali, ávido por levantar mais algum gatuno de guaraná pelo cinto…
Por João Carlos de Queiroz
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