CRISE NO JUDICIÁRIO
Senador propõe CPI para apurar suposta venda de decisões no STJ
Denúncia envolve assassinato de advogado em MT, empresários e movimentações financeiras suspeitas
Judiciário

O senador Eduardo Girão (Novo-CE) anunciou no plenário do Senado que está reunindo assinaturas para instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) destinada a investigar suspeitas de corrupção no Superior Tribunal de Justiça (STJ). A proposta surge após denúncias que apontam a existência de um esquema de venda de sentenças judiciais, envolvendo advogados, empresários e assessores com acesso à Corte.
As denúncias foram reveladas em uma reportagem da revista Veja, que detalha o funcionamento de um suposto esquema sediado em Mato Grosso, liderado pelo advogado Roberto Zampieri e pelo empresário Andreson de Oliveira Gonçalves, ligado ao setor de transporte de cargas. Zampieri, segundo a apuração, buscava clientes com processos no STJ, enquanto Gonçalves articulava os bastidores políticos para garantir decisões favoráveis.
Zampieri foi executado com dez tiros em dezembro de 2023, em frente ao próprio escritório em Cuiabá. Após o crime, a polícia encontrou em seu celular áudios, mensagens e documentos que indicariam a existência do esquema de corrupção.
— O mais alarmante é que há indícios de que essas operações chegaram até ministros do STJ. A CPI é essencial diante da gravidade do que está sendo revelado. Estamos falando de um escândalo que abala os alicerces da Justiça brasileira — declarou Girão.
O senador também citou um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que teria identificado movimentações financeiras atípicas de Andreson Gonçalves e de um dos quatro ministros sob suspeita.
Girão defendeu que a CPI terá amplos poderes de investigação, podendo convocar testemunhas, requisitar documentos e quebrar sigilos bancário e telefônico.
— O Congresso já enfrentou casos semelhantes. Em 1999, a CPI do Judiciário investigou o escândalo da construção do TRT de São Paulo, que resultou na cassação de Luiz Estevão e na prisão do juiz Nicolau dos Santos Neto — lembrou o senador.
Ele ainda criticou o que chamou de “privilégios injustificáveis” no sistema disciplinar da magistratura brasileira:
— Um juiz, mesmo condenado por vender sentenças, acaba sendo ‘premiado’ com aposentadoria, recebendo mais de R$ 100 mil por mês, com apoio de setores do STF e do governo Lula — concluiu.

Judiciário
TJ nega nova perícia e vê tentativa de shopping em atrasar ação por reparação
Mulher foi vítima de desabamento em shopping de Tangará da Serra em 2019 e aguarda indenização por danos permanentes

A Quarta Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) acolheu recurso interposto por uma mulher vítima de um desabamento ocorrido em 2019, no shopping de Tangará da Serra. A autora da ação sofreu múltiplas fraturas e sequelas permanentes no acidente e busca reparação por danos materiais, morais e estéticos.
O julgamento, realizado em 26 de março de 2025, tratou exclusivamente de questões processuais — especialmente da validade de uma perícia já realizada — e não do mérito da indenização, que ainda será analisado pela 5ª Vara Cível da Comarca de Tangará da Serra, onde o processo tramita.
A vítima recorreu contra decisão de primeiro grau que havia destituído o perito judicial e exigido novos orçamentos para exames odontológicos complementares. A defesa sustentou que essas medidas apenas protelariam o andamento da ação, comprometendo seu direito à duração razoável do processo e agravando sua condição de saúde.
Relator do recurso, o desembargador Rubens de Oliveira Santos Filho entendeu que não havia justificativa concreta para a substituição do perito ou para a realização de nova perícia. Segundo ele, o laudo pericial original era detalhado, atestava a incapacidade permanente da autora e havia sido complementado por novo parecer técnico que sanou eventuais dúvidas.
“A decisão agravada limitou-se a afirmar genericamente que o laudo teria deixado dúvidas, sem indicar quais seriam elas”, apontou o magistrado. Ele ainda frisou que a repetição desnecessária de atos processuais compromete o direito da parte à rápida solução do litígio, sobretudo após mais de cinco anos de tramitação.
Outro ponto derrubado pelo TJMT foi a exigência de apresentação de dois novos orçamentos para os exames complementares. O relator considerou que a medida impunha um ônus excessivo à autora e contribuiria para atrasar ainda mais o tratamento de saúde necessário.
Por unanimidade, a Quarta Câmara entendeu que as exigências determinadas na instância inferior não estavam amparadas em fundamentos técnicos ou jurídicos suficientes, configurando violação aos princípios da efetividade da tutela jurisdicional e da duração razoável do processo.
A decisão também determinou que o juízo de primeiro grau analise o pedido de ressarcimento das despesas médicas já suportadas pela vítima.
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