Desde a adesão ao Sistema Nacional de Análise Balística (Sinab), a Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) de Mato Grosso identificou 154 ligações entre delitos cometidos em diferentes regiões do país, envolvendo 61 armas apreendidas no estado. A ferramenta, que começou a ser empregada em Mato Grosso em abril de 2023, já contribuiu com evidências cruciais para 131 inquéritos policiais.

Por meio do Sinab – um banco de dados que conecta as unidades de perícia criminal de diversos estados e do Distrito Federal –, é possível comparar elementos como projéteis e estojos, facilitando a correlação de vestígios deixados pelas armas. Essa tecnologia pericial permite, inclusive, rastrear a trajetória de uma única arma; em um caso, por exemplo, um fuzil modelo 5.56 percorreu mais de mil quilômetros durante um ano e meio, sendo utilizado em assaltos em Araçatuba (SP), Guarapuava (PR) e, posteriormente, em Confresa (MT).

De acordo com José Roque Arfeli, Gerente de Perícias de Balística da Politec, os “hits” – ou as correlações entre armas e vestígios – geram laudos que são enviados às delegacias para sustentar investigações. Assim, mesmo quando crimes antecedentes não estavam sob suspeita ou com autoria definida, o sistema torna possível identificá-los.

O Sinab emprega equipamentos importados do Canadá e sistemas de análise balística forense, integrados através dos Sistemas Automatizados de Indexação Balística (SIB). Em Mato Grosso, a Politec conta com três SIBs – dois tipos de scanners, um para projéteis e outro para estojos – além de uma estação de análise balística, fazendo do sistema um dos mais avançados do mundo, utilizado inclusive por forças de segurança em mais de 80 países, incluindo a Interpol.

Por meio da comparação de munições armazenadas no Banco Nacional de Perfis Balísticos, o Sinab possibilita identificar e relacionar evidências que podem ser decisivas para esclarecer a autoria e a conexão entre diferentes crimes, ampliando significativamente a eficiência das investigações criminais.