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Menos de 19% das crianças e adolescentes estão vacinados contra a dengue em VG
A gerente de Vigilância Epidemiológica orienta que os pais revisem a caderneta de vacinação de seus filhos e busquem a unidade de saúde mais próxima caso alguma dose esteja pendente
Saúde

Dados da secretaria de Saúde de Várzea Grande apontam que menos de 19% do público alvo está vacinado contra a dengue no município. O alerta é da gerente de Vigilância Epidemiológica, Alessandra Carrera, que reforça o pedido para que os pais levem os filhos de 10 a 14 anos, para serem imunizados.
A gerente de Vigilância Epidemiológica, Alessandra Carrera, fez um apelo aos pais e responsáveis para que levem crianças e adolescentes às unidades básicas de saúde para a imunização. “Estamos vivendo uma epidemia. A vacinação é uma das formas mais eficazes de prevenir casos graves e hospitalizações”, alertou.
Todas as unidades de saúde do município estão equipadas com o imunizante, conforme determinação técnica do Ministério da Saúde (MS). Segundo Alessandra Carrera, qualquer alteração no público-alvo precisa ser autorizada pelo MS, visto que as decisões são baseadas em rigorosos testes clínicos antes da ampla distribuição de vacinas.
Além da vacina contra a dengue, Alessandra destacou a necessidade de manter o calendário nacional de imunização em dia, incluindo vacinas contra influenza e outras doenças preveníveis.

Saúde
Especialistas alertam que uso dos sachês de nicotina favorecem o câncer e viciam
Diferentemente do cigarro ou do vape, esse produto não é fumado, e sim colocado entre a gengiva e os lábios, liberando a nicotina diretamente na boca

Especialistas em câncer e tabagismo alertam que os sachês de nicotina não são uma boa alternativa para quem quer parar de fumar ou usar um produto menos nocivo do que o cigarro. Os pouches ou snus, como são mais conhecidos, contêm nicotina sintética ou extraída do tabaco, em concentrações que vão de 6miligramas (mg) a 25mg por sachê, o que é bastante superior ao cigarro, que tem cerca de 1mg por unidade.
Diferentemente do cigarro ou do vape, esse produto não é fumado, e sim colocado entre a gengiva e os lábios, liberando a nicotina diretamente na boca, o que pode causar a impressão de ser menos prejudicial. Mas isso não é verdade, de acordo com a consultora na área de tabagismo da Fundação do Câncer, Milena Maciel:
“A mucosa oral tem muitos vasos, então a velocidade de absorção é mais rápida. Aí ela chega mais rápido no cérebro e no sangue”, explica a especialista.
Além de ser extremamente viciante – por interferir nos neurotransmissores que causam a sensação de prazer – a nicotina é um estimulante cerebral. Por isso, assim que o efeito imediato passa, é comum que o usuário se sinta ansioso ou irritado, o que o motiva a tomar uma nova dose. Mas a tolerância do cérebro ao efeito da nicotina aumenta gradativamente e, com o tempo, o usuário acaba precisando de uma dose cada vez maior, para obter o mesmo efeito.
As consequências não são apenas no cérebro. A nicotina favorece a proliferação de células cancerígenas, o que significa que mesmo sem fumaça, e sem os outros componentes do tabaco, os sachês podem aumentar o risco de câncer. “E há outros ingredientes que causam mal à saúde como níquel, cromo, amônio e formaldeído, altamente cancerígeno”, complementa Milena.
A nicotina também eleva a pressão arterial, a frequência dos batimentos e provoca vasoconstrição – um “aperto” nos vasos sanguíneos, o que favorece problemas cardíacos. E por causa do seu modo de absorção, os sachês ainda podem causar problemas bucais, como ressecamento da mucosa, gengivite, cáries, e até a perda dos dentes.
Apesar de produtos a base de nicotina – como adesivos e gomas de mascar – serem utilizados como adjuvantes no tratamento contra o tabagismo, inclusive pelo Sistema Único de Saúde, a Fundação do Câncer também alerta que os sachês não devem ser considerados como opção.
“Quando você faz um tratamento, os profissionais sabem qual a dosagem exata que tem que ser tomada e quanto tempo você tem que usar e tem um tratamento terapêutico em paralelo a isso. Então existe todo um protocolo que já foi comprovado que faz a pessoa parar de fumar. Não é porque a nicotina está sendo usada ali, que ela pode ser usada de qualquer jeito”, explica Milena.
Os sachês de nicotina não são regulamentados no Brasil, mas podem ser comprados facilmente pela internet. Em janeiro, a Vigilância Sanitária do Mato Grosso do Sul apreendeu mais de 2 mil pouches que tinham sido enviados pelos Correios. Para atrair compradores, os vendedores destacam que esse é um produto discreto, que pode ser usado em qualquer lugar e apelam para argumentos semelhantes aos usados com os cigarros eletrônicos: que ele não gera fumaça nem mal cheiro, e tem diversos sabores.
Para a consultora da Fundação do Câncer, isso aumenta ainda mais o perigo:
“Tem crianças e adolescentes usando. Pessoas que nunca pensaram em fumar, estão achando bonito e querendo experimentar. Até porque eles vêm numa caixinha bonitinha né? Com sabores diferentes… Parece até uma coisa “high tech”, moderna”.
Milena Maciel defende que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) abra um processo regulatório para o produto, e também proíba a fabricação, a importação, a comercialização, a distribuição, o armazenamento, o transporte e a propaganda dos sachês, a exemplo do que fez com os vapes no ano passado.
A Anvisa informou que as bolsas de nicotina enquadram na legislação como produtos fumígenos e são produtos sujeitos a vigilância sanitária. “No Brasil não existem produtos registrados que possam ser regularmente comercializados, de maneira que a importação e comercialização é irregular e sujeita seus agentes às responsabilidades legais.”
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