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Segurança alimentar

Escândalo do metanol acende alerta no setor de bares e restaurantes em MT

 Representantes do setor afirmam que os casos registrados em outros estados não afetaram o abastecimento nem o consumo em MT

Publicado em

Saúde

Crédito: Care

O recente caso de contaminação de bebidas alcoólicas com metanol registrado em São Paulo provocou uma onda de preocupação no país, levantando questionamentos sobre a segurança dos produtos comercializados e a fiscalização do setor. Em Mato Grosso, no entanto, empresários e representantes da categoria afirmam que não houve queda significativa no consumo nem impactos diretos no abastecimento.

Em entrevista exclusiva com Daniel Teixeira, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), e Marcos Silva, proprietário do Mirante das Águas, destacaram que o episódio serve de alerta, mas que os estabelecimentos regulares trabalham com fornecedores legalizados, reduzindo os riscos de contaminação.

Segundo Daniel Teixeira, o impacto em Mato Grosso foi leve, diferente do cenário observado em São Paulo.

“Houve uma leve retração nos pedidos, a gente ouviu falar, mas não foi nada significativo. Não é muito parecido com São Paulo, e a gente sabe que lá teve um impacto maior”, explicou.

Ele reforça que o público não deixou de frequentar bares e restaurantes, apenas redirecionou seu consumo:

“Na verdade, não há queda no movimento, simplesmente é uma troca de consumo. Às vezes eles param de pedir um pouco dos destilados, mas não há uma queda no movimento em si por causa disso”.

Sobre a reação dos fornecedores diante da crise, o presidente da Abrasel informou que não houve mudanças na rotina de fornecimento para os estabelecimentos regulares.

“O fornecimento é o mesmo. Os restaurantes e bares tradicionais não enfrentam problemas com falsificação. Isso ocorre muito mais em periferia”, disse Daniel Teixeira.

Ele acrescentou que o setor trabalha em sintonia com os fornecedores:

“Eles têm as orientações em nível nacional para tentar remediar essa situação e conscientizar consumidores e empresários”.

Daniel Teixeira destacou que não houve necessidade de revisão de contratos com fornecedores, uma vez que os estabelecimentos formais já trabalham com marcas e distribuidoras confiáveis.

“Na verdade, você toma um certo cuidado para guardar as notas fiscais e conscientizar empresários e consumidores. Existe muito alarmismo nisso. Foi uma situação localizada em São Paulo e que não se espalhou pelo Brasil”.

Para ele, o problema mais grave está no contrabando:

“A perda da indústria de destilados no Brasil nos últimos quatro anos é de 24 bilhões de reais. Não por falsificação, mas por descaminho e importação irregular”.

O empresário explica que não houve corrida por bebidas importadas ou alta no consumo desses produtos.

“O que é falsificado hoje é bebida importada. Existe preocupação e retração principalmente com destilados, mas não há falsificação de cerveja, chope ou vinho”, destacou.

Com a repercussão do caso, houve um reforço na fiscalização:

“Como tudo no Brasil, quando acontece uma situação dessas, a fiscalização aumenta. A gente espera que permaneça assim, porque a informalidade é que causa esses problemas”, completou.

Com 14 anos de atuação no setor, Marcos Silva, do Mirante das Águas, afirmou que a casa não registrou queda de movimento após a repercussão do caso.

“A gente nunca teve problemas com alimentação ou bebidas. Compramos direto de empresas sérias. Quando você compra direto da indústria, você não corre esse risco”, afirmou.

Para Marcos, o episódio escancarou uma prática já antiga:

“As indústrias que vendiam bebidas falsas ganhavam dinheiro sem pagar impostos, prejudicando as pessoas. Agora a sociedade entendeu que fazer as coisas do jeito certo é importante”.

A estratégia de comunicação dos bares e restaurantes tem sido reforçar a confiança do consumidor nos estabelecimentos legalizados:

“Reforçamos nosso departamento de compras, alertamos os clientes que aqui trabalhamos com produtos legais e, com isso, não correm risco. Estamos tranquilos e trabalhando da melhor forma para atender bem”, explicou Marcos.

O setor também está atuando em conjunto com a Abrasel:

“Nos preocupamos com o cliente, que movimenta o nosso negócio. Estamos articulando para acabar com indústrias que façam produtos ilegais. Só fornecedores sérios e distribuidores autorizados devem abastecer bares e restaurantes”.

Para os empresários, o caso deixa uma lição clara: a importância de combater a informalidade e reforçar as práticas de controle de qualidade e higiene.

“A lição é essa: não existe milagre. Comprar barato muitas vezes traz transtorno. E quem faz coisa errada paga o preço”, concluiu Marcos.



 

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Saúde

Falhas no sistema nacional não interrompem distribuição de remédios de alto custo em MT

Mesmo com instabilidade no Hórus, Farmácia Estadual mantém atendimentos e supera média diária; SES alerta que problema é nacional

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Crédito: SES-MT

A Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso (SES-MT) informou que o Sistema Nacional de Gestão da Assistência Farmacêutica (Hórus), responsável pelo controle e dispensação de medicamentos de alto custo do SUS, enfrenta instabilidades em todo o país. O problema, segundo a pasta, já foi comunicado ao Ministério da Saúde, gestor do sistema.

Mesmo com as falhas, o atendimento aos pacientes não foi interrompido na Farmácia Estadual do Componente Especializado. As equipes reorganizaram os fluxos de trabalho e intensificaram os atendimentos sempre que o sistema voltava a funcionar.

De acordo com o superintendente de Assistência Farmacêutica, Emmanuel Ardaia, as interrupções variam entre 40 minutos e três horas, mas não houve paralisação total.

“Apesar das dificuldades, conseguimos manter o atendimento e até superar a média diária. A equipe tem se empenhado para que ninguém fique sem o medicamento”, afirmou.

Nos últimos dias, a unidade registrou alta demanda: foram 1.186 atendimentos no dia 30 de outubro e 1.167 no dia 29, superando a média de 800 diários. Entre 31 de outubro e 4 de novembro, foram 4.907 pacientes atendidos e 1.132 novos cadastros realizados.

A SES reforça que o Hórus é essencial para o controle e a segurança da dispensação, permitindo o rastreamento das entregas, o controle de estoques e a transparência dos repasses federais.

*Sob supervisão de Daniel Costa

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