“A primeira condição para isso é o diagnóstico tardio de problemas nos pés de pessoas que têm diabetes. A falta a identificação do que a gente chama de ‘pé de risco’. Para evitar isso, é preciso uma linha de tratamento, uma linha de cuidados que comece pela atenção básica, identificando os pacientes que têm pés com problemas, ou seja, pés que têm neuropatia, que têm doença vascular, que têm alteração na sua anatomia”, salienta Macedo.
A especialista reforça que os casos devem ser diagnosticados precocemente para evitar a amputação. “É preciso uma linha de cuidado especial para os pés, de preferência na atenção básica, instituída pelo Ministério da Saúde, para todos os lugares falarem a mesma linguagem, para diminuir essa chance de amputação”, defende.
Desafios
Segundo a especialista, atualmente são cerca de 20 milhões de pessoas com diabetes no Brasil. “Ou seja, mais ou menos um em cada dez pessoas têm diabetes no Brasil, e cerca de 10% dos adultos nas capitais também têm diabetes. Falando em termos de mundo, o Brasil ocupa a sexta posição de maior número de pessoas com diabetes”, diz.
Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, São Paulo (SP), Brasília (DF) e Porto Alegre (RS) são as capitais com mais pessoas com diabetes no país, com cerca de 12% da população local com a doença. A menor prevalência está em capitais do Norte e do Nordeste: Porto Velho (RO), Rio Branco (AC) e São Luís (MA) têm 6% dos seus habitantes com diabetes.
“A população precisa entender que, quanto maior o consumo de alimentos naturais, o risco de desenvolver a doença diminui. Além disso, cuidar do peso e ter uma atividade física regular, em torno de 30 minutos de exercício todo dia, é importante”, recomenda Macedo.
Investimento na Saúde
Questionado sobre o tema, o Ministério da Saúde disse ao R7 que tem investido na APS (Atenção Primária à Saúde) e nas estratégias de saúde da família.
“Em novembro de 2024, foram credenciadas 2.363 novas equipes da ESF em 561 municípios, com um investimento de R$ 854 milhões, beneficiando principalmente regiões de maior necessidade”, disse.
A pasta também explicou que o Plano de Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis prevê que até 2030 sejam realizadas ações integradas de combate a doenças crônicas como diabetes e hipertensão, com foco na vigilância e assistência.
“Na APS, pacientes com diabetes recebem acompanhamento nas Unidades Básicas de Saúde, com acesso a medicamentos, insumos e encaminhamento à atenção especializada, quando necessário. O Protocolo Clínico para Diabetes é atualizado regularmente para prevenir complicações graves, como amputações.”