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diante dos atrasos salariais

Sérgio Ricardo alerta para caos na saúde e cobra garantia de pagamentos

A reunião foi motivada por denúncias de servidores de ambos os municípios sobre atrasos salariais de 90 dias e a redução nos estoques de medicamentos e insumos

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Política

Foto: Tony Ribeiro/TCE-MT

O presidente do Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE-MT), conselheiro Sérgio Ricardo, diante dos atrasos salariais e da falta de pagamento aos fornecedores da saúde, propôs uma reunião mediada pelo desembargador Orlando Perri com os atuais e futuros prefeitos de Cuiabá e Várzea Grande, com o objetivo de evitar o colapso do setor. A sugestão foi acolhida por representantes do Ministério Público, da Secretaria Estadual de Saúde (SES) e da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), durante encontro realizado nesta segunda-feira (9).

A reunião foi motivada por denúncias de servidores de ambos os municípios sobre atrasos salariais de 90 dias e a redução nos estoques de medicamentos e insumos, situação que o presidente do TCE avalia como extremamente preocupante.

“Nós estamos vivendo o caos há muitos meses, agora nós chegamos ao caos total, existem folhas atrasadas, décimo terceiro sem previsão, fornecedores sem possibilidade de receber. Estamos em dezembro, as indústrias de remédios estão dando férias coletivas, daqui a pouco entram os próximos prefeitos e eles vão levar de dois a três meses para começar a poder licitar e ficaremos sem medicamentos. Se não estancarmos essa situação agora, as próximas gestões enfrentarão um problema muito maior”, salientou o presidente do TCE-MT.

Sérgio Ricardo acredita que a melhor solução é reunir os quatro gestores, com a mediação do desembargador Orlando Perri, que foi o relator do processo de intervenção, para encontrar uma forma de resolver a crise na saúde.

“Acredito que contando com o Tribunal de Justiça neste encontro as coisas terão um melhor encaminhamento. Precisaremos saber quanto medicamento há em estoque, quais são as licitações que existem, para que o próximo prefeito saiba como agir e para que se evite que pessoas morram aguardando atendimento ou um insumo básico. Os pagamentos precisam ser garantidos, nem que seja feita de forma direta e garantido judicialmente. ”

O secretário da SES, Gilberto Figueiredo, descartou nova intervenção e destacou a necessidade de reunir os gestores para buscar uma solução conjunta.

“Nós queremos sentar com quem foi eleito e com aqueles que estão terminando o mandato para adotar medidas que possam proteger a população do caos que está se estabelecendo. A falta de insumos, a falta de assistência, pode resultar no óbito. Essa é a nossa preocupação.”

O promotor Milton Mattos da Silveira Neto, da 7ª Promotoria de Saúde de Cuiabá, descartou nova intervenção e destacou que o foco é evitar a paralisação dos atendimentos nos hospitais.

“Não sou favorável a uma nova intervenção, mas os prefeitos que vão entrar precisarão gerir e controlar melhor esse setor. Só em Cuiabá há um déficit de financiamento na ordem de R$ 20 milhões por mês da Secretaria Municipal de Saúde e por volta de R$ 10 milhões da Empresa Cuiabana, ou seja, falta muito recurso, então isso tem que ser solucionado agora ou vai chegar o momento que não terá como tocar mais as empresas”, declarou.

Filantrópicos

O debate sobre a saúde da Grande Cuiabá começou após funcionários e gestores de hospitais filantrópicos denunciarem à comissão de Saúde da ALMT o atraso nos repasses da Prefeitura de Cuiabá, além da falta de pagamento de prestadores de serviços em Cuiabá e Várzea Grande.

“Fomos provocados pelo Hospital Geral, Hospital do Câncer e pelo Hospital Santa Helena, que alegaram dificuldades no recebimento dos recursos, e isso poderia resultar no fechamento das dessas unidades que também sofrem com a falta de medicação. Conversei com o deputado Eduardo Botelho e convidamos o Tribunal de Contas, Ministério Público, as secretarias de saúde dos municípios e do Estado para tentarmos achar uma solução juntos. Chegamos ao consenso que precisávamos da ajuda do Judiciário, espero que consigamos um bom resultado”, destacou o presidente da Comissão de Saúde da ALMT, deputado Dr. João.

Segundo ele, além dos hospitais filantrópicos, também foram identificados problemas nos pagamentos das unidades de saúde de Cuiabá e Várzea Grande.

“O cenário é comum para ambas as prefeituras, que é o atraso de pagamento de salários, 13º e fornecedores. Então, espero que consigamos também debater e encontrar uma solução para essa problemática. ”

O presidente da ALMT, deputado Eduardo Botelho, destacou que o objetivo é realizar uma transição sem prejudicar os serviços e a população, que já enfrenta um SUS precário.

“Vamos lá para o Tribunal de Justiça e de lá pretendemos sair com uma decisão para que realmente não haja esse caos anunciado. Quero agradecer ao desembargador Orlando Perri que prontamente se mostrou disponível para nos ajudar a reverter essa problemática. Sugerimos a ele que, por meio de decisão judicial, autorize o Estado a fazer pagamentos direto para os hospitais, sem passar pela prefeitura, no caso dos filantrópicos. E estamos envolvendo o Tribunal de Contas e o Ministério Público para que todos possam homologar essa decisão e garantir a manutenção dos atendimentos”, concluiu.

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Legislativo Municipal aprova parcelamento de dívidas da gestão anterior da prefeitura de Cuiabá.

Os números foram informados pelo vereador Dilemário Alencar (União), líder do governo na Câmara. 

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Foto: Secom Câmara

Na tarde desta sexta-feira 24.01, a Câmara Municipal de Cuiabá aprovou, em regime de urgência, dois projetos de lei encaminhados pela Prefeitura que permitem ao prefeito Abílio Brunini (PL) parcelar débitos herdados da administração anterior.

Os dois projetos de parcelamento de dívidas da prefeitura de Cuiabá com o Fundo Municipal de Previdência Social dos Servidores de Cuiabá (Cuiabá-PREV) e a ReceitaFederal do Brasil (RFB), referente ao INSS, foram aprovados unanimemente pela Câmara Municipal, na tarde desta sexta-feira (24). A partir de agora, o município está liberado a solicitar o parcelamento à União e pode voltar a receber recursos federais.

O prefeito Abilio Brunini (PL) expressou preocupação ao citar os encargos deixados pela gestão anterior, principalmente, porque a capital se encontra em estado de calamidade financeira e não pode abrir mão de emendas e convênios. Por isso, ambas as propostas tramitaram em regime de urgência.

“Vamos parcelar a dívida, pagar as primeiras parcelas e liberar as licenças para que a gente possa receber recursos federais. Só para ter uma noção, sem o parcelamento ou sem a certidão [de pagamento] necessária, até mesmo emendas e convênios a gente fica impedido de receber”, explicou em uma oportunidade anterior.

A dívida com o Cuiabá-PREV é de R$ 89,8 milhões, no entanto, com os juros do parcelamento o valor chega a R$ 112 milhões. Já o déficit com a Receita Federal é de R$ 77 milhões e, a longo prazo, alcança o montante de R$ 103 milhões. No total, o pagamento das dívidas custará cerca de R$ 215 milhões aos cofres públicos.

A justificativa do prefeito Abílio para encaminhar os projetos foi a situação de penúria financeira que encontrou ao assumir a administração da cidade, com dívidas ainda não quitadas, incluindo a folha de pagamento de servidores do mês de dezembro de 2024.

Para discutir as propostas, o secretário de Fazenda, Marcelo Bussiki, o contador-geral, Éder Galiciani, e o secretário-adjunto de Previdência, Fernando Oliveira, participaram das comissões responsáveis pela análise do texto, que foi aprovado sem maiores alterações.

Os projetos seguem agora para a implementação do parcelamento, uma medida necessária para garantir a saúde fiscal do município.

Com a aprovação, o município terá 60 meses, para quitar a dívida, totalizando com juros o total de R$ 215 milhões

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