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Inauguração do novo Hospital Municipal de Cuiabá pode ser o fim do “castelo tenebroso” do antigo PS

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Da Redação

Com a inauguração do novo Hospital Municipal de Cuiabá, projeto concebido pelo então prefeito Mauro Mendes e finalizado na administração Emanuel Pinheiro, fica a pergunta de qual será o destino das antigas dependências do Pronto Socorro. Isso porque, pela sua localização central, é previsível que ainda possa servir de amparo concreto na área de Saúde. Função que alguns gestores do segmento municipal e estadual concordam, explicitando medidas que talvez se acoplem ao futuro inconsistente do problemático imóvel da Rua General Vale, considerado ultrapassado e até perigoso

Uma das finalidades, segundo prospectou o médico Gustavo Palma, adjunto da Saúde em Cuiabá, seria transformá-lo numa unidade especificamente pediátrica, descartando-se o atendimento de urgência e emergência de adultos. Palma não confirmou que este é o destino aprovado do velho PS. Também não informou se uma nova reforma geral seria suficiente para capacitá-lo às novas atividades em fase de estudos, conforme querem saber os usuários SUS.

Apesar de concordarem que o antigo prédio do Pronto Socorro engloba histórias de muitas vidas salvas, podendo ainda ser concretamente útil à sociedade, em geral, os gestores da Saúde admitem ter clara consciência da precariedade de suas instalações, 100% gravemente comprometidas pelo tempo. É fator que pode inviabilizar projetos pensados para reaproveitamento desse espaço após a interrupção dos serviços de Urgência e Emergência para adultos, em fase da operacionalização do novo Hospital Municipal.

Os servidores do Pronto Socorro dizem que já ser acostumaram com suas deficiências. Um deles, Marcelino Antunes, da área de enfermagem, reafirma que o Pronto Socorro se tornou seu segundo lar, e mesmo durante as férias sente falta da movimentação diária que a unidade registra. “Vazamentos e panes nos setores hidráulico e elétrico são comuns por aqui, não incomodam. O mais importante é que esse hospital tem salvado vidas e mais vidas”, elogia. Prestes a se aposentar, Marcelino confessa ainda já sentir saudades da longa militância nas entranhas clínicas do prédio.  E frisa firmemente: “O Pronto Socorro registra deficiências físicas, sim, isso todos nós sabemos. Mas tem funcionado com idealismo abnegado dos seus funcionários. Os eventuais contratempos físicos do prédio nunca interromperam as atividades de assis tência àqueles que necessitam de atendimento”.

Interior é que mais pede SOS

Na média, cerca de 45% da demanda diária do Pronto Socorro procede do interior de Mato Grosso, das chamadas “ambulâncias terapias”. Trata-se de prática regular das prefeituras interioranas, que promovem intensa rotatividade de pacientes nos dois municípios (Cuiabá e Várzea Grande). O prefeito Emanuel Pinheiro afirma ter consciência disso, além de retrucar que nenhuma unidade pode cerrar suas portas a quem necessita de atendimento médico.

“São vidas que pedem socorro. E nós não fechamos as portas para nenhum semelhante. Se eles {pacientes} vão ficar nos corredores por um tempo, é um problema que vivenciamos ano a ano, e, graças a Deus, pode estar acabando em breve, com o advento do novo Hospital Municipal e outros módulos SUS que temos implementado para maior suporte do sistema. A UPA do Verdão é um deles, e será entregue à população em dezembro”.

Emanuel frisou que que nenhum doente permanece jogado na calçada em frente ao PS, seja aqui ou em Várzea Grande, município vizinho igualmente às voltas com a sobrecarga diária oriunda do interior mato-grossense. “Reconheço, lógico, ser preciso que os municípios tenham capacidade gradual de minimizar esse quadro, e não jogar tudo nas costas de Cuiabá ou Várzea Grande. Porém, para que ajam assim, também precisariam dispor de unidades estruturadas na Saúde, capazes de atender os munícipes eficientemente. Acaso tivessem, não haveria necessidade de removê-los para Cuiabá. Percurso por vezes penoso, difícil para quem necessita de socorro rápido”, disse Pinheiro.

O recado indireto de Pinheiro é para que os municípios realizem séria triagem de pacientes antes de embarcá-los com destino a Cuiabá, já seguros da acolhida por parte do antigo PS e (doravante) do novo Hospital Municipal. Pinheiro desconversou, mas suas preocupação em relação às ambulâncias terapias também é um recado explícito ao governador Mauro Mendes para intensificar mais obras na Saúde no interior mato-grossense, estruturando os municípios condignamente para não ficar sempre com “pires nas mãos”, à mercê da benevolência dos serviços SUS da capital. “O mais importante é termos concluído uma unidade que representa orgulho geral para o povo mato-grossense e é, sem sombra de dúvidas, hospital de referência em todo o Centro Oeste”.

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Prefeito da capital anuncia decreto de calamidade após tempestade de domingo

Abílio demonstra revolta com descaso do seu antecessor na Prefeitura, que deixou inviabilizado qualquer suporte emergencial para enfrentar imprevistos que impactem a cidade e sua população.

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Os cuiabanos e várzea-grandenses foram surpreendidos com uma tempestade demorada e forte no final da tarde e noite adentro do último domingo, 12. Na capital, as chuvas causaram diversos estragos consideráveis, destruindo casas e comércios em bairros mais afastados. Parte da área central também ficou alagada.

Diante disso, o prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini, anunciou intenção de decretar calamidade temporária. Também disse que prepara um Projeto de Lei para criar auxílio emergencial de R$ 1 mil, recurso destinado às famílias que perderam moradia e seus pertences.

Esse anúncio do prefeito foi feito em coletiva à imprensa. Mais uma vez, Abílio ressaltou que seu antecessor no cargo, Emanuel Pinheiro, não deixou formalizado contratos com prestadores de limpeza urbana, inviabilizando assim ações imediatas de limpeza.

“Infelizmente, ele não deixou nenhuma infraestrutura disponível para enfrentarmos essa emergência. Não existe contrato, licitação, equipamentos, nada com que possamos trabalhar no sentido de restabelecer a ordem das coisas. Esse torrencial de domingo deixou tudo em estado de lixo. Não temos nem condições de fazer limpeza nas bocas de lobo, ora entupidas por entulho de toda sorte. Há muito para se fazer e nenhuma estrutura disponível”.

Apesar desse entrave, o prefeito garantiu que a Prefeitura sequenciará os trabalhos normalmente, e, aos poucos, irá resolver essas demandas, que surgiram de surpresa.

“Ninguém podia prever tantos estragos, por causa dessa chuva. A Defesa Civil está atuando diretamente para monitorar qual é a situação exata em Cuiabá. O próximo passo é socorrer essas vítimas, famílias que, da tarde para a noite, se viram sem seu teto, sem suas coisas… Faz-se fundamental, portanto, a adoção de medidas que as contemplem emergencialmente. É um socorro humano e necessário”, frisou.

Conforme Abílio, esse trabalho não tem data para terminar, e as equipes municipais (Assistência Social) mantêm contato e vigilância nos lugares afetados, a exemplo do São Mateus.

“Muita gente está sem moradia, sem ter hoje a quem recorrer. Estamos falando de famílias inteiras, de crianças, idosos, doentes… Não ficarão sem guarida, afirmo, pois vamos ampará-las. Foi uma situação que nos colheu mesmo de surpresa. Mas a pior surpresa foi saber que nada estava oficializado pela gestão anterior, em termos de serviços de limpeza, para enfrentarmos mais esse imprevisto.”

 

 

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