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Em Curitiba, 1/3 dos presos fecha delação premiada

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Dos 93 detidos preventivamente na Lava Jato, 31 aderiram a acordo de colaboração; MPF diz que só há restrição em caso indispensável

Da Redação

 

Cruzamento de dados do Ministério Público Federal (MPF) e da Justiça Federal no Paraná, feito pelo Estado, mostra que, dos 93 alvos de mandados de prisão preventiva, em Curitiba, 31 tornaram-se colaboradores, o equivalente a um terço do total. Não há dados de outros Estados consolidados na Lava Jato.

Segundo o levantamento, entre os presos preventivos, 16 assinaram acordo enquanto presos. É o caso do lobista Milton Pascowitch, que saiu do regime fechado e foi para o domiciliar duas semanas após acertar sua delação, considerada crucial na prisão do ex-ministro José Dirceu (PT). A outra parte – 15 presos – ganhou liberdade antes de fechar o acordo.

O advogado dos ex-marqueteiros do PT João Santana e Mônica Moura, Juliano Prestes, confirmou que a negociação do casal começou na prisão, porém só foi fechada após sua soltura. Condenados em fevereiro deste ano, os responsáveis por campanhas eleitorais do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente cassada Dilma Rousseff assinaram a colaboração premiada sete meses após ter a preventiva revogada.

 No Código Penal, não há determinação do período de preventivas, o que colabora para embates jurídicos.

De um lado, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello e Gilmar Mendes criticam as “alongadas prisões”. De outro, o juiz Sérgio Moro defende o modelo como “essencial”.

Para a Procuradoria da República no Paraná, o uso dessas medidas é excepcional. “A prisão preventiva só ocorre em casos em que a restrição de liberdade é indispensável para proteger a sociedade”, afirmou, por meio de nota. Segundo a Justiça do Paraná, Moro já se manifestou sobre o tema em sentenças.

Análise. Para o professor de Direito Penal da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) Antônio Carlos da Ponte, a prisão preventiva não é fator determinante para alguém fazer acordo. “Quem delata tem uma preocupação muito maior com a sentença penal condenatória”, disse.

A vontade de minimizar o constrangimento com a própria imagem também influencia. “Os delatores são pessoas que desfrutam de poder político e econômico, muitas com mandatos, e isso acaba trazendo uma pressão tanto para abrandar a condenação quanto para ter a imagem o menos atingida possível”, afirmou Ponte.

Para Pedro Serrano, docente de Direito Penal na mesma universidade, a proporção de um terço de colaboradores do total de presos preventivos é alta. O mais preocupante, porém, é o número de presos em medida cautelar. “É um comportamento do sistema penal brasileiro”, disse, lembrando que o País tem a quarta maior população carcerária do mundo.

Corrida. Outro problema é a “corrida” pela colaboração. O Estado antecipou que a força-tarefa de Curitiba avalia que os ex-ministros da gestões petistas Guido Mantega e Antonio Palocci tornaram-se possíveis “delatores concorrentes”. Os dois podem apresentar fatos semelhantes e só haveria acordo com um deles. 

O professor de Direito Penal da Universidade de São Paulo (USP) Sergio Salomão Shecaira comparou a situação a um mercado de peixe. “Quem gritar mais vai vender, independentemente da qualidade”, apontou.

No caso dos ex-ministros, segundo Shecaira, a delação tornou-se a única saída. “Palocci e Mantega se deram conta, tardiamente, que serão condenados. O processo lá (em Curitiba) está sendo conduzido para condenar todo mundo”, afirmou.

 

 

 

Fonte: Estadão

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Prefeitura notifica Locar sete vezes em menos de 20 dias por falhas na coleta de lixo

Equipes de fiscalização serão enviadas para acompanhar e auditar o cumprimento das rotas previstas no contrato.

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Foto: Davi Valle

A Prefeitura de Cuiabá, por meio da Empresa Cuiabana de Limpeza Urbana (Limpurb), notificou a Locar Saneamento Ambiental LTDA sete vezes entre os dias 2 e 20 de janeiro, devido a recorrentes falhas na coleta de lixo domiciliar em diversos bairros da capital. As fiscalizações apontaram que várias regiões não foram atendidas conforme o contrato vigente.

“A determinação do prefeito AbIlio Brunini é clara: a Locar já foi notificada sete vezes e tem até o dia 5 de fevereiro para regularizar os serviços e garantir que todas as rotas sejam cumpridas de forma eficiente. Caso isso não ocorra, não haverá motivos para não rescindir o contrato, pois nossa prioridade é assegurar que os moradores de Cuiabá tenham o serviço de coleta de lixo realizado com qualidade e regularidade”, frisou o diretor-geral da Limpurb, Reginaldo Teixeira.

A irregularidade mais recente foi identificada na coleta do dia 20 de janeiro, confirmada em inspeção realizada no dia 21, que constatou que 100% das rotas contratadas não foram cumpridas. Como consequência, houve acúmulo de resíduos em bairros como Rodoviária Parque, Alto da Boa Vista, Residencial Despraiado, Cohab Vila Real e Condomínio Villa Di Capri. Falhas também foram registradas em regiões como Jardim Arácea, Novo Colorado, Distrito Sucuri e Cidade Verde, causando transtornos significativos para a população.

A Limpurb determinou que a empresa adote medidas corretivas e imediatas, sob pena de aplicação de multas. 

A contratação da Locar inclui a execução de serviços de coleta, transporte e descarte de resíduos sólidos urbanos, varrição mecanizada com fornecimento de equipamentos e mão de obra, além de coleta manual, conteinerizada e fluvial de resíduos sólidos urbanos (domiciliares, comerciais, públicos e provenientes de varrições).

 

 

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