ULTIMA RATIO
Depois que as negociações se tornaram conhecidas publicamente, a vice-presidente da OAB deixa o cargo
Camila Bastos aparece na investigação, entre outras razões, porque comprou imóvel, com dinheiro vivo, e não declarou em seu Imposto de Renda
Política

Após ver seu nome envolvido no escândalo de um suposto complô de venda de sentenças no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, a vice-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MS), Camila Cavalcante Bastos, deixou seu cargo à disposição, segundo conforme nota divulgada neste sábado (26) pela instituição.
Camila, que integra o grupo que disputa a liderança da OAB estadual, é filha do desembargador Alexandre Bastos, um dos cinco demitidos por ordem do Superior Tribunal de Justiça na última quinta-feira (24).
Segundo as investigações, Camila Bastos e o então marido compraram um imóvel e pagaram R$ 600 mil à vista. Porém, esse imóvel não foi declarado no Imposto de Renda 2020. A suspeita é que a origem desse dinheiro seja ilícita e fraudulenta.
Parte deste pagamento, conforme aponta o despacho do Superior Tribunal de Justiçam no documento que determinou o afastamento do pai dela, foi feito em dinheiro vivo, num total de R$ 144 mil. E, nas declarações do IR, nem Camila nem o então marido declararam ter este valor em mãos, “levantando o questionamento da origem e licitude de tais recursos”.
Além disso, a vice-presidente da OAB também aparece na investigação pelo fato de o escritório dela, que pertencia ao pai antes de ele ser nomeado desembargador, em 2015, prestar serviços a uma série de prefeituras do interior e algumas das causas são julgadas pelo próprio pai, o que lhe garantia ganho de causa.
“Nesse contexto, evidenciou-se que o escritório BASTOS, CLARO & DUAILIBI ADVOGADOS ASSOCIADOS foi contratado por prefeituras do Estado de Mato Grosso do Sul para prestação de serviços jurídicos e que o Desembargador julgou ao menos três processos nos quais as prefeituras municipais figuravam como parte, no mesmo período em que sua filha, CAMILA CAVALCANTE BASTOS BATONI, atuava na consultoria jurídica ou prestava serviços jurídicos advocatícios, por meio do citado escritório”, detalha o ministro Francisco Falcão.
Nestes casos, não só por uma questão moral, mas também legal, o pai deveria se colocar sob suspeição e repassar o caso para apreciação de algum outro magistrado.
O despacho do ministro revela que “no tocante ao escritório ALEXANDRE BASTOS ADVOGADOS ASSOCIADOS há registro do COAF no sentido de que a pessoa jurídica “estaria movimentando valores superiores à sua capacidade financeira aparente, tendo recebido valores de diversos órgãos públicos”.
O documento revela que o “escritório de advocacia em questão teria contrato com a Prefeitura Municipal de Costa Rica. Ainda segundo o relatório, ALEXANDRE BASTOS teria sido relator em dois julgamentos de processos relacionados à Prefeitura de Costa Rica, um no dia 29/07/2022 e o outro no dia 04/12/2022, período contemporâneo ao envio de recursos da prefeitura para o escritório. Ou seja, conforme os dados obtidos, ALEXANDRE BASTOS julga processos de prefeitura que possui contrato firmado por inexigibilidade de licitação com o escritório de sua filha”.

Política
Vereador denuncia resistência à divulgação de críticas à Prefeitura de Cuiabá
Segundo Dídimo, houve entendimento entre as partes e o compromisso de que os conteúdos seriam publicados até esta sexta-feira (16).

O vereador Vovô Dídimo (PSB) declarou, na manhã desta quinta-feira (15), que houve resistência por parte da Secretaria de Comunicação da Câmara Municipal de Cuiabá na divulgação de conteúdos de sua autoria com críticas à Prefeitura. Segundo ele, os materiais enfrentaram obstáculos para serem publicados no portal oficial do Legislativo, o que gerou desconforto em seu gabinete.
A principal queixa do parlamentar refere-se à não divulgação de dados apresentados por ele sobre o recadastramento municipal e a arrecadação da Prefeitura, que, segundo afirma, já ultrapassa R$ 2 bilhões.
“Houve um mal-entendido. Nosso gabinete teve a percepção de que estava sendo impedido de divulgar informações relevantes, enquanto outras publicações eram veiculadas normalmente. Isso causou desconforto”, disse.
A situação foi discutida em reunião realizada na quarta-feira (14), com a presidente da Câmara, vereadora Paula Calil (PL), e o secretário de Comunicação. Segundo Dídimo, houve entendimento entre as partes e o compromisso de que os conteúdos seriam publicados até esta sexta-feira (16).
“A presidente nos assegurou que se tratou de uma falha na comunicação, e não de uma tentativa deliberada de censura. Fizemos ajustes nos dados apresentados e, conforme informado pela Secom, o material será publicado na íntegra”, afirmou o vereador.
Dídimo também reconheceu que o tom de sua fala anterior foi mais contundente em razão do clima acalorado da sessão plenária, mas reiterou a legitimidade de sua cobrança.
“Disse à presidente que me senti desrespeitado com a não publicação, mas compreendo que ela também se sentiu atingida pela forma como me expressei. Conversamos com maturidade e o episódio foi superado”, concluiu.
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