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Política

BC reduz projeção de expansão do PIB em 2019 a 0,8% por ausência de sinais de recuperação

Publicado em

Política

Da Redação

O Banco Central reduziu sua projeção de crescimento para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2019 para 0,8%, de uma estimativa anterior em março de expansão de 2,0%, mas não alterou sua mensagem de condicionar novos cortes de juros a avanços na reforma da Previdência.

No Relatório Trimestral de Inflação divulgado nesta quinta-feira, o BC atribuiu o corte expressivo na projeção para o PIB à retração da atividade no primeiro trimestre e à ausência de sinais nítidos de recuperação nos primeiros indicadores divulgados para o segundo trimestre.

O BC também citou o recuo dos indicadores de confiança de empresas e consumidores, destacando os impactos sobre as perspectivas de consumo e investimento, e salientou que a economia segue operando com elevado nível de ociosidade dos fatores de produção.

Com a redução da projeção, o BC segue a leitura do mercado, que vem repetidamente revisando para baixo seu cenário para a economia. A última pesquisa Focus, feita pelo BC junto a economistas, aponta um crescimento de 0,87% no ano.

A expectativa do BC para a indústria em 2019 foi reduzida a um crescimento de apenas 0,2%, de 1,8% antes, refletindo recuos nas expectativas de crescimento para todos os segmentos do setor, exceto produção e distribuição de eletricidade, gás e

água.

O setor de serviços também teve seu cenário piorado, a um crescimento de 1,0% sobre 2,0% em março. Por outro lado, o BC praticamente manteve as expectativas para a agropecuária, vendo expansão de 1,1% em 2019 de 1,0% antes.

Já o consumo das famílias deve crescer na visão do BC 1,4% no ano, uma redução sobre a expectativa de 2,2% no relatório anterior. A projeção para o crescimento da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) passou de 4,3% para 2,9%, enquanto o consumo do governo deverá crescer 0,3%, sobre 0,6% visto em março.

O BC já havia estimado nesta semana que a economia brasileira deve ficar perto da estabilidade neste segundo trimestre, com uma “nítida” interrupção em seu processo de recuperação como reflexo de uma mudança na dinâmica da atividade depois do segundo trimestre de 2018.

POLÍTICA MONETÁRIA

No relatório, o BC ainda manteve suas projeções para a inflação em relação ao divulgado na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Em cenário que considera trajetórias de juros e câmbio previstas pelo mercado, o BC vê inflação de 3,6% em 2019 e de 3,9% em 2020. As metas para o ano são de 4,25% e 4,0%, respectivamente, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.

Em cenário que considera juros e câmbio constantes, a estimativa é de inflação de 3,6% em 2019 e de 3,7% em 2020.

No relatório, o BC reiterou avaliação da ata do Copom de que o cenário básico de inflação aponta que o nível de ociosidade elevado pode continuar produzindo trajetória prospectiva abaixo do esperado e que eventual frustração das expectativas para reformas pode afetar prêmios de risco e elevar a trajetória da inflação.

“O Comitê avalia que o balanço de riscos para a inflação evoluiu de maneira favorável, mas entende que, neste momento, o risco (das reformas) é preponderante”, reforçou o BC no relatório.

Para Alberto Ramos, diretor do departamento de pesquisas econômicas do Goldman Sachs para a América Latina, as projeções de inflação do BC e algumas avaliações que ele considerou “dovish” (favoráveis ao afrouxamento monetário) acrescentadas ao relatório sugerem que o Copom pode considerar um corte de juros no curto prazo, mas “particularmente se houver progresso tangível na aprovação de reformas, particularmente da Previdência”.

“Essencialmente, parece que nesse momento, dados os recentes desenvolvimentos domésticos e externos, é a incerteza em torno da perspectiva para as reformas e os riscos associados de fracasso nos avanços das reformas necessárias que estão detendo o Copom de adicionar mais estímulo monetário à economia”, afirmou Ramos em relatório a clientes.

Nesta manhã, deputados decidiram adiar a leitura da complementação de voto do relator da proposta de reforma da Previdência, Samuel Moreira (PSDB-SP), enquanto buscam uma solução sobre a extensão das novas regras de aposentadoria a Estados e municípios.

A reunião da comissão especial que discute a matéria na Câmara nesta quinta, quando ocorreria a leitura do complemento do parecer, foi cancelada, e, segundo a assessoria do relator, a apresentação do voto complementar só deve ocorrer na próxima semana.

Na última reunião do Copom, na semana passada, o colegiado deixou a taxa de juros inalterada em 6,5% ao ano pela décima reunião consecutiva. O colegiado volta a se reunir no final de julho.

 

 

 

 

 

 

Fonte: Reuters / Link: https://br.reuters.com/article/businessNews/idBRKCN1TS1MZ-OBRBS /

Marcello Casal Jr./Agência Brasil

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Política

Polícia Civil deflagra operação contra crimes sexuais infantis em sete cidades de MT

Ação cumpriu 16 ordens judiciais em investigação sobre abusos cometidos por falso médico com envolvimento político em Canarana. Novas vítimas foram identificadas.

Publicados

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Assessoria | Polícia Civil-MT
Foto: Assessoria | Polícia Civil-MT

A Polícia Civil de Mato Grosso, por meio da Delegacia de Canarana, deflagrou na manhã desta quinta-feira (17/7) a Operação Verdades Secretas, que apura a prática de crimes sexuais contra crianças e adolescentes. A ação teve como objetivo o cumprimento de 16 medidas judiciais, incluindo mandados de busca e apreensão e ordens de quebra de sigilo telemático.

A investigação teve início a partir de denúncias envolvendo um homem que se apresentava falsamente como médico e que mantinha vínculos políticos no município de Canarana (MT). Ele é apontado como autor de múltiplos abusos sexuais. De acordo com a Polícia Civil, há indícios concretos de diversas vítimas já identificadas.

As diligências foram realizadas simultaneamente nas cidades de Canarana, Água Boa, Querência, Gaúcha do Norte, Rondonópolis, Várzea Grande e Sorriso, todas em Mato Grosso, além de um mandado cumprido em Recife (PE).

Entre os alvos da operação estão oito pessoas ligadas ao principal investigado, incluindo sete mulheres que mantinham relações próximas com ele, aparentemente sem saber da existência uma da outra e um homem suspeito de envolvimento direto na produção e compartilhamento de material pornográfico envolvendo menores.

As investigações apontam que o principal suspeito se aproximava de mulheres com filhas ou com acesso direto a crianças, em um padrão recorrente de atuação. Há indícios de que algumas dessas mulheres possam ter colaborado de forma indireta com os abusos. Durante as buscas, foram apreendidos celulares, computadores e outros dispositivos eletrônicos, que agora serão analisados para identificar outras possíveis vítimas e eventuais novos envolvidos.

Um dos episódios revelados durante a operação aponta que uma das investigadas teria realizado um aborto sob orientação do falso médico, embora a gestação não fosse dele. A conduta revela um cenário de manipulação e abuso psicológico. Além disso, novas vítimas de abuso sexual infantil foram localizadas, o que aumenta a gravidade do caso e reforça a necessidade de aprofundamento das investigações.

O principal suspeito está preso preventivamente, alvo de quatro mandados distintos, expedidos em inquéritos já concluídos. Ele foi formalmente indiciado por diversos crimes sexuais, com base nas provas reunidas até o momento.

*Sob supervisão de Gene Lannes

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