A Polícia Civil de Mato Grosso, por meio da Delegacia Especializada de Estelionato de Várzea Grande, deflagrou a Operação Dardanário, com o objetivo de desarticular uma associação criminosa envolvida em crimes de estelionato praticados pela internet. A ação contou com o apoio da Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Cibernéticos da Polícia Civil do Amazonas.

Durante a operação, foram cumpridos 18 mandados judiciais, sendo seis de busca e apreensão, seis de quebra de sigilo telefônico e seis de bloqueio bancário, nas cidades de Cuiabá (MT) e Manaus (AM).

Os suspeitos são investigados pelos crimes de fraude eletrônica, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Nesta fase da operação, os policiais apreenderam diversos cartões bancários, cerca de R$ 1,9 mil em dinheiro e cinco aparelhos celulares, que serão periciados para coleta de provas e análise de informações que possam comprovar o envolvimento dos suspeitos nos golpes.

Segundo o delegado responsável pelas investigações, Ruy Guilherme Peral da Silva, a operação foi desencadeada a partir da denúncia de uma das vítimas, um idoso de 69 anos, morador de Várzea Grande, que caiu no chamado “golpe do intermediário”, ocorrido em 2023.

O golpe teve início quando o idoso acessou uma rede social em busca de um veículo utilitário esportivo. Ele encontrou um automóvel de seu interesse e fez contato com o suposto vendedor, que se apresentou como “Rafael”. Durante as negociações, realizadas por aplicativo de mensagens, o golpista afirmou que o veículo estaria em Tangará da Serra, sob os cuidados de seu sobrinho.

No entanto, as investigações apontaram que o suposto sobrinho era, na verdade, outra vítima do golpe. O segundo envolvido também negociava um imóvel com o mesmo golpista e acreditava estar tratando de uma transação legítima.

Após as tratativas, o idoso viajou até Tangará da Serra, conferiu o veículo e concluiu a compra, realizando duas transferências bancárias, de R$ 30 mil e R$ 3 mil, para uma conta indicada pelo estelionatário, cuja titular era uma mulher.

O golpe foi descoberto quando o segundo negociador percebeu que não recebeu o valor prometido pela venda do veículo. Ao tentar contato com o suposto comprador, constatou que também havia sido enganado.

“No entanto, quando a segunda vítima não recebeu o repasse do valor da venda do veículo, este fez contato com o golpista e acabou descobrindo que se tratava de um golpe”, explicou o delegado Ruy Guilherme Peral da Silva.

A Polícia Civil segue com as investigações para identificar outros possíveis envolvidos e vítimas do grupo criminoso. O material apreendido passará por perícia técnica para aprofundar a análise das comunicações, transações financeiras e possíveis conexões com outros crimes virtuais.

*Sob supervisão de Daniel Costa