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Maio: 150 anos de Várzea Grande 

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Por: Elizeu Silva 

Este mês Várzea Grande adiciona mais uma velinha em seu ciclo de existência. No dia 15 de maio a nossa “VG” – como é carinhosamente chamada por aqueles que nela residem ou a admiram, completa 150 anos de sucessivas transformações: poucas delas descritas em minutos bons, contudo; muitas outras em horas, dias, meses, anos e décadas ruins.

Várzea Grande está situada apenas sete quilômetros de Cuiabá e mesmo com essa conurbação a capital (separadas apenas pelo Rio Cuiabá), políticos e grande parte de seus habitantes não conseguiram acompanhar um raciocínio mais apurado de gestão, seja do cuiabano nato ou daqueles que migraram acolá somando ao progresso do lugar. Prova clara disso se vê no pífio crescimento urbanístico de Várzea Grande. Ela se agoniza em velhos empreendimentos construídos de maneira horizontal, inversamente percebido do outro lado do rio, hoje com seus prédios imponentes mostrando a face do desenvolvimento.

A classe política que sempre esteve à frente da administração municipal várzea-grandense foi incapaz de desenvolver a infraestrutura do lugar, dando transporte de massa e de qualidade a população, saúde, saneamento básico, iluminação, educação, urbanização e até mesmo estímulo para o desenvolvimento de alguma atividade vocacional da localidade. Sem planejamento estratégico e participativo, atrelado ao despreparo administrativo de décadas, políticos locais sequer conseguiram enxergar e tirar proveito das portas de entradas ao desenvolvimento que o município tem a oferecer. Uma dessas portas é o nosso Aeroporto Marechal Rondon – fator primordial a potencialidade da cidade em gerar tráfego e lucro, tanto para as empresas aéreas bem como para os vários segmentos produtivos no município, já que um aeroporto oportuniza atuação de vários negócios na cidade. Potencializa também várias cadeias produtivas e cria uma mobilidade grandiosa local.

Ora! Não somente o aeroporto poderia tá exercendo influencia no desenvolvimento de Várzea Grande e região, como da mesma forma, as rodovias. Afinal, em solo várzea-grandense se entrelaçam três importantes corredores BRs: 163, 364 e 070 (Trevo do Lagarto). Com todos esses meios e caminhos de locomoção, somado a velocidade, agilidade e conectividade, Várzea Grande jamais deveria perder status de cidade industrial. Ela deveria ser a propulsora de desenvolvimento econômico atraindo empreendimentos ligados à logística e a um grande complexo industrial sensível ao tempo de fabricação, comércio e suprimento, telecomunicações, hotelaria, entretenimento, enfim, comercio global já que estamos próximos aos maiores produtores de grãos do país.

Parada no tempo, Várzea Grande se assemelha a Cuiabá apenas no crescimento populacional tornando o segundo município mais populoso de Mato Grosso (ficando atrás justamente de Cuiabá). Tal crescimento desordenado e a ausência do Poder Público vêm tornando Várzea Grande inóspita, dando a vazão das boas características de lugar receptível e alegre.

Pesquisa divulgada pela empresa de consultoria Macroplan em março deste ano apontou Várzea Grande como a 5ª pior cidade brasileira para se viver. Os números também indicaram Várzea Grande como a 8ª pior cidade em oferecimento de serviços públicos de qualidade. Diante dessas mazelas administrativas digo: Amo “VG”, mas sou obrigado a recorrer ao velho ditado popular e admitir que Várzea Grande cresce, porém como rabo de cavalo; pra baixo.

 

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A importância de denunciar e manter a medida protetiva: um apelo às mulheres vítimas de violência doméstica

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A violência doméstica é um problema grave que afeta milhares de mulheres em nosso estado, em todo o Brasil e no mundo. Todos os dias, mulheres enfrentam agressões físicas, psicológicas e emocionais em seus próprios lares, um espaço que deveria ser seguro e acolhedor. 

Quando idealizei o programa SER Família Mulher, com auxílio de R$ 600, pensei em uma maneira de encorajar as vítimas a denunciar e, a partir da medida protetiva, dar apoio às mulheres para que elas não retornassem ao ciclo de violência.

Vale ressaltar que o programa não é somente um auxílio financeiro: nele, as vítimas têm uma rede de apoio psicossocial e também são encaminhadas para cursos de qualificação profissional. Porém, infelizmente, algumas dessas medidas são interrompidas porque a mulher acaba aceitando conviver novamente com o agressor, acreditando em promessas que, na maioria dos casos, acabam em tragédia.

É muito importante que a vítima siga todo o procedimento, pois levar a condição de proteção a rigor é imprescindível. Quebrar esse ciclo de violência é um processo difícil, mas possível. Denunciar o agressor e buscar ajuda das autoridades é o primeiro passo para interromper esse ciclo. 

Muitas mulheres têm receio de denunciar, acreditando que não serão apoiadas ou que os agressores podem se vingar. 

No entanto, a denúncia é um ato de coragem e proteção, e o sistema da Justiça tem mecanismos para garantir a segurança da vítima. Veja bem, quando uma mulher denuncia a violência doméstica, uma das ações mais importantes é o pedido de medida protetiva. 

A medida protetiva é uma ordem judicial que visa afastar o agressor do convívio da vítima, garantindo sua integridade física e psicológica. Ela pode incluir, entre outras coisas, a proibição de contato, a distância mínima entre o agressor e a vítima, a suspensão do porte de armas e a garantia de apoio psicológico.

As medidas protetivas têm mostrado resultados significativos na proteção das mulheres. Elas são fundamentais para garantir que a vítima tenha tempo e segurança para se reerguer. No entanto, muitas mulheres não têm consciência de que, após a concessão da medida protetiva, é necessário mantê-la e garantir seu cumprimento. 

A retirada ou o descumprimento das medidas pode colocar a vida da vítima em risco, assim como a de seus filhos, além de gerar um sofrimento irreparável para toda a família. O programa SER Família Mulher já atendeu 744 vítimas, e atualmente 527 mulheres estão com as medidas protetivas ativas, amparadas com o auxílio de R$ 600 e pela rede de apoio.

Recentemente, um crime de feminicídio em Confresa deixou toda a população abalada. Eu me arrepio todas as vezes que penso na cena daquela mãe segurando sua filha no colo, e o feminicida não teve piedade alguma, tirando uma vida e deixando suas filhas órfãs. 

Sabe por que estou recordando esse caso? Porque Regiane Alves da Silva estava sob medida protetiva e acabou retomando o relacionamento com o homem, que, inclusive, já tinha uma ficha criminal com casos de violência doméstica. Manter a medida protetiva é um compromisso com a própria segurança.

Talvez você, que está lendo este artigo neste momento, não seja uma vítima de violência, mas é muito importante saber que a denúncia de terceiros também é aceita. A Lei Maria da Penha nº 11.340/2006 garante que qualquer pessoa pode denunciar a violência, inclusive quando a vítima não faz isso por conta própria. Em algumas circunstâncias, o terceiro pode ter um papel crucial para interromper o ciclo de violência e garantir a proteção da mulher.

Outro fato que quero relembrar: no mês de janeiro, uma ação rápida do 10º Batalhão de Polícia Militar, sob o comando do tenente-coronel PM Bruno Marcel, após receber uma denúncia de um terceiro, conseguiu impedir um crime de feminicídio, e o criminoso foi preso.

Se você está em uma situação de violência doméstica, procure ajuda imediatamente. Não permita que o medo ou o silêncio controlem sua vida. Acredite, você merece ser feliz, segura e livre.

Virginia Mendes é economista, primeira-dama de MT, voluntária nas ações de Governo por meio da Unidade de Ações Sociais e Atenção à Família (UNAF) e idealizadora do programa SER Família Mulher. Constantemente, ela tem cobrado do Congresso Nacional a reforma da constituição para que penas como prisão perpétua ou até mesmo pena de morte sejam aplicadas no Brasil.

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