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Como os erros nos ajudam a crescer em direção ao sucesso!

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Foto: Arquivo Pessoal/Soraya Medeiros

Soraya Medeiros

O erro é uma parte inevitável da jornada de aprendizado. Embora muitas vezes cause desconforto, ele oferece lições valiosas que impulsionam nosso crescimento pessoal e profissional. Em vez de temer o erro, é essencial vê-lo como uma oportunidade de aprendizado e aprimoramento. Nossas falhas revelam áreas a serem melhoradas e, quando lidamos com elas de forma construtiva, elas nos tornam mais resilientes.

Um aspecto importante a considerar é a dimensão emocional do erro. A sensação de fracasso pode ser um obstáculo significativo para o aprendizado. Quando erramos, emoções como vergonha, frustração e desânimo podem surgir, dificultando a capacidade de refletir sobre a situação e aprender com ela. Além disso, o medo do erro pode estar relacionado a problemas mais sérios, como ansiedade e depressão. O temor de falhar pode levar as pessoas a evitarem situações desafiadoras, restringindo suas experiências e crescimento. Essa evitação pode resultar em um ciclo vicioso, onde a falta de enfrentamento das dificuldades intensifica a sensação de inadequação e, em última análise, contribui para estados emocionais negativos.

No entanto, é precisamente a gestão dessas emoções que pode transformar uma experiência negativa em uma oportunidade de crescimento. Ao desenvolver a resiliência emocional, podemos aprender a reconhecer e processar essas emoções, permitindo que elas não nos impeçam de seguir em frente.

A resiliência é um tema central nesse processo. Desenvolver essa habilidade significa aprender a se levantar após um erro, extrair as lições e seguir em frente. Muitos exemplos mostram como as falhas podem se transformar em degraus para o sucesso, como empreendedores que fracassaram antes de alcançar êxito. Esses exemplos ilustram como a resiliência molda o caminho para o crescimento.

Diferentes culturas encaram o erro de maneiras distintas, o que influencia a forma como as pessoas aprendem e crescem. Nos Estados Unidos, especialmente no Vale do Silício, o erro é visto como parte integral da inovação. A mentalidade “fail fast, fail often” incentiva a experimentação, reconhecendo que cada falha acelera o caminho para o sucesso. Empreendedores que falharam várias vezes antes de atingir suas metas são exemplos comuns de como o erro pode levar a grandes realizações.

Em contrapartida, no Japão, o erro é encarado com mais seriedade. A cultura japonesa valoriza a responsabilidade pessoal, e falhar pode ser visto como uma desonra. Contudo, o conceito de kaizen – melhoria contínua – reflete que o erro também é uma oportunidade de aperfeiçoamento constante. No ambiente corporativo, pequenos erros são analisados detalhadamente para garantir que o processo como um todo se torne mais eficiente.

Esses exemplos mostram que, embora o erro seja inevitável, a maneira como lidamos com ele define nosso progresso. Cultivar uma mentalidade de aprendizado contínuo, onde o erro é visto como parte natural da jornada, nos permite não apenas evoluir, mas também inovar e nos tornar mais resilientes diante dos desafios.

A crença de que errar é algo exclusivamente negativo é uma ilusão. Muitas das maiores inovações e conquistas da humanidade surgiram após tentativas e erros. Avanços científicos, tecnológicos e até mesmo transformações no desenvolvimento pessoal ocorreram como resultado de falhas anteriores. Um exemplo é Thomas Edison, que falhou mais de mil vezes antes de criar a lâmpada elétrica. Ele não via essas tentativas como fracassos, mas como mil lições sobre como não fazer uma lâmpada. Esse caso ilustra como o erro pode ser um grande catalisador da inovação, nos mostrando caminhos alternativos para alcançar o sucesso.

Outro exemplo é J.K. Rowling, autora da série Harry Potter, que enfrentou rejeição de várias editoras antes de conseguir publicar seu trabalho. Em entrevistas, ela menciona como essas rejeições moldaram sua resiliência e a fortaleceram, além de melhorar sua escrita ao longo do tempo. Suas falhas e rejeições a ensinaram não só a aprimorar suas histórias, mas também a perseverar em um mercado altamente competitivo, transformando erros em trampolins para o sucesso.

*Soraya Medeiros é jornalista com mais de 22 anos de experiência, possui pós-graduação em MBA em Gestão de Marketing. É formada em Gastronomia e certificada como sommelier.

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Recuperação judicial e segurança jurídica: uma nova leitura para um velho preconceito

Recuperação judicial é solução legal para crises, protege empresas viáveis e garante segurança jurídica, não sendo sinônimo de falência.

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A recuperação judicial ainda carrega um estigma que muitas vezes não reflete sua real finalidade nem seus efeitos. Empresas que recorrem ao instituto são vistas com certa desconfiança entre parceiros comerciais, fornecedores e instituições financeiras. Esse olhar equivocado sobre a recuperação judicial ignora não apenas sua natureza jurídica, mas também sua função econômica e social.

O ordenamento jurídico brasileiro, por meio da Lei nº 11.101/2005 (reformada pela Lei nº 14.112/2020), estabeleceu um sistema voltado à preservação da empresa viável, da fonte produtiva, dos empregos e dos interesses dos credores. Ao contrário da falência, a recuperação judicial não é um atestado de encerramento das atividades, mas sim um instrumento legal que busca reestruturar passivos, manter a operação e restabelecer a saúde financeira do negócio. Trata-se de uma solução jurídica para tempos de crise — e não de uma ameaça à segurança jurídica, como se costuma alegar de forma apressada.

A narrativa de que a recuperação judicial gera insegurança jurídica precisa ser enfrentada com base em dados, legislação e jurisprudência. É certo que o processo recuperacional traz desafios, entre eles o alongamento de prazos, a novação de dívidas e a suspensão de execuções. Contudo, todos esses efeitos são previstos legalmente e regulados pelo Poder Judiciário, com participação ativa dos credores, Ministério Público, administradores judiciais e demais órgãos de controle.

É justamente essa previsibilidade que assegura a segurança jurídica do instituto. O crédito fornecido a uma empresa em recuperação está protegido por regras claras: as classes de credores são estabelecidas, os quóruns de aprovação do plano são definidos, os meios de recuperação são delimitados e há possibilidade de fiscalização permanente durante sua execução. Ademais, a reforma de 2020 trouxe avanços importantes: admitiu o financiamento DIP com tratamento prioritário, ampliou a recuperação extrajudicial e fortaleceu o papel do credor na condução do processo.

Outro ponto importante: uma empresa em recuperação não perde sua capacidade de competir no mercado. Diversas companhias que passaram por esse processo retornaram à normalidade e, em muitos casos, emergiram mais organizadas, com gestão profissionalizada e estrutura de capital mais adequada à sua realidade. A recuperação judicial é, portanto, uma resposta jurídica estruturada a um problema econômico — e não um fracasso.

Empresas de diversos setores, inclusive do agronegócio e da indústria de base, já demonstraram que é possível se reerguer por meio da recuperação judicial. O que não se pode admitir é que o simples fato de uma empresa estar em recuperação sirva como argumento automático para o bloqueio de crédito ou exclusão de oportunidades de mercado. Essa postura, além de injusta, pode ser contraproducente: ao dificultar o acesso ao financiamento, impõe obstáculos à superação da crise e favorece, paradoxalmente, o desfecho que todos desejam evitar — a falência.

Portanto, é preciso revisar os preconceitos. A recuperação judicial, quando bem conduzida, respeitando os princípios da boa-fé, da transparência e da função social da empresa, representa um ambiente de segurança jurídica e controle institucional. É uma alternativa viável, legítima e essencial para a preservação de negócios e empregos em tempos de adversidade.

Promover essa compreensão é fundamental para que o instituto cumpra sua finalidade: preservar empresas economicamente viáveis, estimular a renegociação com credores e contribuir para a estabilidade econômica. A empresa em recuperação judicial não é uma ameaça à ordem jurídica — é uma demonstração de que a ordem jurídica está funcionando.

_Bruno Oliveira Castro é advogado especializado em Direito Empresarial e sócio da Oliveira Castro Advocacia. Sua expertise abrange constituição de holdings familiares, Direito Empresarial, Societário, Falência e Recuperação de Empresas, Governança Corporativa, Direito Autoral e Direito Tributário. Atua como administrador judicial, professor, palestrante e parecerista, além de ser autor de livros e artigos jurídicos. Em 2024, lançou o livro “Herança ou Legado? O que você deixará para a próxima geração?”_

*Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do O Mato Grosso.

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