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Canalhas por excelência

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Por: Elizeu Silva

 

A concessão de cargos e favores entre membros da classe política existe desde o Brasil colônia. Já naquela época as vantagens financeiras e pagamento de propinas a governantes e funcionários reais da Corte era uma prática tolerada e até regulamentada por lei. Essas práticas de favorecimento próprio, de amigos e familiares deram continuidade mesmo após a independência do país, em 1822, pois a proclamação da República implicou mudança apenas na forma de governo e não nos valores e caráter dos brasileiros miscigenados.

Anos depois, em 1844, nasce o alemão Friedrich Wilhelm Nietzsche, aquele que precocemente se tornaria filósofo, filólogo, poeta e compositor, tendo em parte de suas obras textos críticos sobre a religião, a moral, a cultura contemporânea, filosofia e ciência, exibindo uma predileção por metáfora, ironia e aforismo. A luz dos seus textos Nit defende que a moral não tem importância e os valores morais não tem qualquer validade, só são úteis ou inúteis consoantes à situação. Para o filósofo, a verdade não tem importância; verdades indubitáveis, objetivas e eternas não são reconhecíveis, já que Deus está morto: então, não existe qualquer instância superior, eterna.

Diante das teorias de Nit podemos imaginar que parte da classe política brasileira se viu subitamente admiradora de tas ideias, principalmente aquelas que defendem de que o homem depende apenas de si mesmo, para decidir naquilo que lhe melhor apraz. Sinceramente! Não poderia ser ofertadas ideias em terreno tão fértil para prosperar às práticas sacanas que se perduram até os dias atuais, e até com maior estupidez. Sendo assim, parte dos nossos políticos se tornou PHD na arte da roubalheira ou ‘canalhas por excelência’ na enganação do eleitor brasileiro e em bilhões de estelionatos, transpondo o topo da pirâmide de desvaloração axiológica criminal da nossa sociedade.

Sedentos pelo dinheiro e poder, praticam crimes de extremo potencial ofensivo contra os bens que são protegidos pela Constituição Federal (CF), dentre eles; segurança, educação e saúde. A Carta Magna tida para proteger e guardar a vida foi deixada de lado num canto qualquer. Ludibriando para se obter lucros ilícitos, se rotularam como “um ser amoral por excelência, e não conhecedores de limites para a satisfação dos seus desejos pessoais”, descreveu sarcasticamente em uma de suas obras, o romancista Nelson Rodrigues. Já a jornalista Rozane Monteiro, relaciona o assunto debochando dos rapinantes da seguinte maneira: “existem canalhas e canalhas. E, aqueles mais sortudos são alçados à categoria de excelência, possivelmente por estarem em um grau de canalhismo tal, dentro da hierarquia dos velhacos.” Mas, tais patifes um dia iram sucumbir, “pois os canalhas também envelhecem”, disse Rui Barbosa.

Independente das ideias do romancista, da jornalista e do jurista Rui Barbosa, prefiro me posicionar contrariamente as teorias de Nit e confessar crer num Deus vivo que tudo pode e tudo vê, e que a seu modo e tempo, cobrará dos “ditos ingênuos e gananciosos”, pelas atitudes. Em Lucas 12:1-3 Cristo deixa bem claro: “Acautelai-vos primeiramente do fermento dos fariseus, que é a hipocrisia. Mas nada há encoberto que não haja de ser descoberto; nem oculto, que não haja de ser sabido. Porquanto tudo o que em trevas dissestes, à luz será ouvido; e o que falastes ao ouvido no gabinete, sobre os telhados será apregoado.”

 

 

Elizeu Silva é jornalista em Mato Grosso – E-mail: [email protected]

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A felicidade incomoda as pessoas e o livre arbítrio de ser feliz!

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Foto: Arquivo Pessoal/ Soraya Medeiros

*Por -Soraya Medeiros

A felicidade, essa sensação tão desejada e ao mesmo tempo tão subjetiva, nem sempre é vista com bons olhos por todos. Muitos já devem ter sentido aquele olhar enviesado ou ouvido um comentário irônico ao compartilhar momentos de alegria. Essa reação, embora desconcertante, revela algo profundo sobre as dinâmicas humanas: a felicidade incomoda.

Mas por quê? A resposta não é simples. Para alguns, a felicidade alheia pode servir como um espelho que reflete insatisfações pessoais, desafios não superados ou sonhos abandonados. Para outros, ela pode soar como uma afronta, como se a alegria do outro fosse um lembrete de algo que lhes falta. Esse desconforto, muitas vezes mascarado por críticas ou indiferença, evidencia o quanto a nossa própria percepção da felicidade está profundamente conectada ao ambiente em que vivemos e às relações que construímos.

No entanto, ser feliz é uma escolha. E é justamente essa decisão que pode gerar um certo estranhamento. O livre arbítrio de ser feliz, muitas vezes, exige coragem. Coragem para romper padrões, desafiar expectativas externas e, acima de tudo, assumir a responsabilidade pelas próprias emoções. Em uma sociedade que frequentemente valoriza a luta e o sofrimento como indicadores de “sucesso” ou “valor”, escolher a felicidade pode ser interpretado como um ato de rebeldia.

Essa rebeldia, no entanto, é essencial para quem deseja viver plenamente. A felicidade não deve ser encarada como um privilégio, mas como um direito intrínseco de cada ser humano. Exercitar esse direito passa por compreender que ninguém é responsável pela nossa alegria além de nós mesmos. O que os outros pensam ou sentem diante da nossa felicidade é um reflexo do mundo interno deles, não do nosso.

Entender isso é libertador. Significa que podemos seguir em frente, confiantes na escolha de sermos felizes, independentemente das reações alheias. Significa, também, que podemos exercer empatia com aqueles que não conseguem celebrar a nossa alegria, reconhecendo que eles talvez estejam em um momento de luta pessoal.

Por outro lado, é importante considerar como diferentes culturas percebem e valorizam a felicidade. Em algumas sociedades, a felicidade é vista como um objetivo coletivo, em que a harmonia social e o bem-estar da comunidade têm um papel central. Em outras, ela é mais individualista, relacionada à realização pessoal e à conquista de objetivos próprios. Essas visões distintas influenciam as reações das pessoas diante da alegria alheia. Por exemplo, em culturas onde o coletivo é priorizado, a felicidade individual pode ser interpretada como egoísta ou desconsiderada se não beneficiar o grupo. Já em contextos mais individualistas, a felicidade do outro pode ser vista como inspiração ou, em alguns casos, como competição.

Essa diversidade cultural nos convida a refletir sobre como nossa própria percepção da felicidade foi moldada e como podemos ampliar nossa visão para compreender diferentes perspectivas. Ao reconhecermos essas diferenças, nos tornamos mais tolerantes e empáticos, tanto com nossas próprias escolhas quanto com as dos outros. Ademais, isso nos ajuda a perceber que o que incomoda em uma cultura pode ser celebrado em outra, enriquecendo nossa compreensão sobre o impacto cultural nas experiências humanas.

Porém, o livre arbítrio de ser feliz também vem acompanhado de responsabilidade. Ser feliz é um ato individual, mas que ecoa coletivamente. Quando cultivamos a felicidade de forma genuína e respeitosa, inspiramos aqueles ao nosso redor a fazerem o mesmo. Essa é uma das mais belas manifestações do poder humano: a capacidade de transformar o ambiente, não pela imposição, mas pelo exemplo.

Portanto, não permita que o desconforto alheio sufoque a sua alegria. Celebre suas conquistas, viva seus momentos de paz e permita-se ser feliz – não como um desafio ao mundo, mas como um compromisso consigo mesmo. Afinal, a verdadeira liberdade está em abraçar o próprio caminho, independentemente de como ele é percebido pelos outros. E ser feliz é, sem dúvida, uma das escolhas mais poderosas que podemos fazer.

Soraya Medeiros é jornalista com mais de 22 anos de experiência, possui pós-graduação em MBA em Gestão de Marketing. É formada em Gastronomia e certificada como sommelier.

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