Enem 2024
Pais e alunos pedem para UFMT reconsiderar bonificação na nota do Enem
Um documento, com mais de 1.700 assinaturas, foi protocolado
Educação

Um grupo de pais e alunos pediu ao Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe), da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), para reconsiderar a Resolução nº 506/2024, que revogou a bonificação de 15% concedida aos estudantes que concluíram o ensino médio no Estado de Mato Grosso. O documento, com mais de 1.700 assinaturas, foi protocolado eletronicamente no site da UFMT neste domingo (25) e fisicamente no Consepe nesta segunda-feira (26).
Pais e alunos foram pegos de surpresa com a revogação da bonificação a menos de 60 dias do resultado do Enem. Eles pediram que o Consepe mantenha pelo menos “a bonificação para o processo seletivo de 2024, enquanto se promove um debate amplo e democrático sobre a política de inclusão regional da UFMT”.
De acordo com o documento, “a bonificação regional, instituída pela Resolução nº 431, criou uma legítima expectativa nos estudantes que planejaram seus estudos para o Sisu de 2024”. Pais e alunos dizem que a decisão foi tomada sem ampla consulta aos setores educacionais, estudantes e sociedade civil. Por isso, defendem que “é mais prudente e coerente manter a medida, especialmente para o Processo seletivo de 2024, enquanto se debate amplamente uma transição planejada”.
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O estudante João Pedro Garcia, 20 anos, que faz cursinho há dois anos, diz que existe uma desigualdade de estudo grande entre alunos de Mato Grosso e de outros estados. “Os alunos das escolas do Estado não conseguem concorrer, por exemplo, com estudantes que vem de escolas como Poliedro, Farias Brito, Escola Naval e Dom Pedro II, entre outras. Antes da bonificação, bastava ver a lista de aprovados e a maioria era de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás e outros estados. Com a bonificação, isso mudou”, avalia.
Segundo a estudante Aline Alencar Aburad, 18 anos, em seu primeiro ano de cursinho, “é revoltante a revogação da resolução de forma tão repentina e às vésperas do resultado do Enem”. Para ela, “a bonificação visou equalizar o sistema de vestibular que é injusto”. A estudante acrescenta: “A impressão é que o sistema educacional não age em prol da educação de fato”. Ela lembra que em outros estados a bonificação está mantida assim como na Universidade Federal de Rondonópolis.
“Não houve debate sobre uma medida que impacta fortemente pais e alunos. Essa decisão repentina ignora desigualdades regionais e tira dos nossos filhos a chance de competir em condições mais justas. A revogação poderia ser discutida e implementada no próximo Enem, mas não assim de última hora causando insegurança para todos”, afirma a professora Luciana Paixão, mãe de aluno que está em um cursinho há dois anos tentando uma vaga na UFMT.
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Segundo a professora Suzana Luz, proprietária de um curso preparatório para vestibular, o bônus foi concedido aos alunos das escolas mato-grossenses após várias consultas e deliberações. “No entanto, abruptamente, foi retirado sem um debate maior com estudantes, pais e professores. Gostaríamos de uma transição mais democrática e que, se fosse desativado o bônus, ocorresse apenas Enem do próximo ano”, afirma. Além disso, de acordo com ela, “a UFMT deveria exibir dados que provassem ser o bônus regional algo negativo para o Estado”.
Desigualdades e desafios
No documento, o argumento é do que, no caso de Mato Grosso, as desigualdades regionais são evidentes. “Estudantes enfrentam limitações educacionais e econômicas que justificam políticas de ação afirmativa, como a bonificação. A revogação da medida promove uma igualdade aparente, mas ignora os desafios estruturais enfrentados pelos estudantes locais. Alunos do Estado enfrentam dificuldades específicas, como: baixa qualidade de ensino médio em muitas regiões; desigualdade de acesso a recursos educacionais em comparação a grandes centros urbanos; e limitações socioeconômicas que dificultam a competitividade em um processo seletivo nacional”, de acordo com o documento.
“A eliminação da bonificação desconsidera desigualdades e compromete o papel social da UFMT como promotora da inclusão regional”, segundo o documento que pede para o Consepe analisar o caso em 72 horas.
O argumento da UFMT para a revogação foi o de que a decisão ad referendum seguiu recomendação do MEC. “Embora o parecer do MEC seja orientador, ele não possui caráter vinculativo. A autonomia universitária, garantida na Constituição Federal, permite que a UFMT estabeleça políticas de inclusão regional, desde que devidamente justificadas como no caso da Resolução nº 431”, diz o documento.

Educação
Projeto da Unemat leva educação ambiental sobre o Pantanal a alunos da rede estadual
A proposta uniu iniciação científica, escuta ativa e vivência prática no campo, contribuindo para a formação de uma consciência ambiental crítica entre os jovens do estado

Uma pesquisa de doutorado desenvolvida na Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) está ajudando estudantes da rede estadual de ensino a compreender os impactos das mudanças climáticas no Pantanal mato-grossense, com foco nas baías Siá Mariana e Chacororé, localizadas no município de Barão de Melgaço.
O projeto, intitulado “Educação para a sustentabilidade em rede de escolas pantaneiras”, foi dividido em três fases e envolveu alunos do ensino médio de cinco escolas de Barão de Melgaço, duas de Santo Antônio de Leverger e uma de Várzea Grande.
Na primeira etapa, os pesquisadores aplicaram entrevistas para mapear a percepção socioambiental de professores e estudantes sobre as cheias, secas e ameaças ao bioma pantaneiro. Na sequência, a segunda fase promoveu oficinas interdisciplinares com foco na conectividade hidrológica do Pantanal. Foram realizadas palestras, rodas de conversa e saídas de campo, em que os alunos puderam ouvir relatos de ribeirinhos, pescadores, turistas, donos de pousadas e pesquisadores da região.
Na fase final, os estudantes compartilharam as experiências adquiridas com colegas de outras unidades escolares, promovendo um intercâmbio de saberes entre os participantes e fortalecendo o vínculo das comunidades escolares com o bioma pantaneiro. A proposta uniu iniciação científica, escuta ativa e vivência prática no campo, contribuindo para a formação de uma consciência ambiental crítica entre os jovens do estado.
*Sob supervisão de Gene Lannes
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