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Nadaf revela pagamento de propina de R$ 50 mi de Silval a conselheiros
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Da Redação
Um dia após uma comissão técnica do TCE arquivar denúncia contra seis conselheiros titulares acusados de terem recebido propina de R$ 50 milhões para aprovar as contas do ex-governador Silval Barbosa (PMDB), em 2015, vaza trechos da delação premiada do ex-secretário de Indústria e Comércio e da Casa Civil Pedro Nadaf que corroboram a denúncia. O depoimento foi prestado ao Gaeco em 5 de setembro de 2016.
Segundo Nadaf, Silval contou que em 2013 foi procurado pelo então presidente do TCE, José Carlos Noveli, que lhe ofereceu vantagens no tocante a diversas situações do governo que envolviam uma soma vultuosa de valores e que estavam sob fiscalização do Tribunal de Contas, como as obras da Copa, os incentivos fiscais, o programa MT Integrado, obras em andamento nas secretarias estaduais como um todo, bem com a aprovação das contas da gestão. Em troca, Noveli teria cobrado propina do peemedebista.
Conforme o ex-secretário, receberam a propina os conselheiros Sérgio Ricardo, José Carlos Novelli, Valter Albano, Antonio Joaquim, Waldir Teis, e não receberam os valores ilícitos o substituto de Humberto Bosaipo, no qual Nadaf não se recorda o nome, e Campos Neto.
“Que segundo relatos de Silval, ele teria fechado um acordo de pagamento mensal de R$ 3,5 milhões a serem distribuídos a cinco conselheiros do TCE, em 14 parcelas”, que resultariam em um montante aproximado de R$ 50 milhões a título de propina supostamente paga aos conselheiros do TCE. “[…] salientando que esse valor foi levantado e proposto pelo então presidente do Tribunal à época, José Carlos Noveli, baseado no valor global que o Estado estaria movimentando nesses setores”, diz trecho do depoimento de Nadaf.
O ex-secretário disse ao Gaeco que, nesse acordo, foi exigido pelos conselheiros que Silval assinasse diversas notas promissórias no montante do valor da propina a serem repassadas ao Tribunal, “as quais eram resgatadas por Silval após o devido pagamento”.
Neste sentido, detalha que para tais pagamentos foram usadas “diversas formas de desvio de dinheiro”, a exemplo do esquema investigado na Operação Seven, que apura a suposta lavagem de dinheiro e/ou ocultação de bens de valores desviados do erário na ocasião da compra de uma propriedade rural na região do Manso por R$ 7 milhões.
A respeito dessa desapropriação, Nadaf contou de R$ 3,5 milhões, ficou com R$ 500 mil. Dois motivos teriam sido “primordiais” para o esquema: o fato do ex-secretário da Sema José Lacerda ter insistido na importância para o Estado em adquirir a área, e Silval precisar do recurso para pagar os conselheiros.
De acordo com o depoimento, foi o procurador aposentado Francisco Gomes de Andrade Lima Filho que sugeriu a desapropriação e o ex-governador concordou. Em seguida, Silval teria pedido que Nadaf determinasse que Afonso Adalberto desapropriasse a área, “para que desse início aos trâmites legais necessários para o desvio”, ao passo que Chico Lima cuidaria da parte administrativa.
Mais adiante, Nadaf conta que por volta do segundo semestre de 2013 foi tratar de um assunto administrativo no TCE com o conselheiro, agora afastado, Sérgio Ricardo. Nessa ocasião, o ex-secretário teria comentado sobre o acordo com Silval e ressaltado, inclusive, que algumas parcelas estavam em atraso. Por conta disso, no dia seguinte, foi chamado para uma reunião com Silval e Noveli, oportunidade em que o então presidente teria pedido “sigilo”.
Além disso, com o passar do tempo Arnaldo Alves passou a ser o porta voz de Silval junto ao Tribunal, revela Nadaf. “[…] o próprio Arnaldo chegou a fazer pessoalmente vários pagamentos da propina ao TCE”. Em razão do atraso no repasse da propina, “as obras e pagamento do MT Integrado haviam sido paralisadas pelo TCE a fim de pressionar o governo a quitar o débito ilícito”.

Conteúdo bombástico vaza 1 dia após TCE arquivar denúncia; Nadaf diz que compra de conselheiros foi para aprovar contas de Silval e garantir obras importantes
Outro lado
Por meio de assessoria, o TCE explica que tudo já foi investigado pelo órgão fiscalizador, tendo ficado provado que a denúncia não procede, pois não foram encontradas provas ou elementos concretos de pagamentos de propina.
Nesta linha, a assessoria ressalta que no trabalho realizado pela comissão de instrução sumária, divulgada na quarta (10), sob a responsabilidade dos conselheiros Moisés Maciel e Luiz Carlos Pereira, foi decidido pelo arquivamento por falta de provas. Destaca que os 21 volumes da investigação, contendo 6,2 mil páginas com todas as 23 oitivas e 95 documentos já estão disponíveis no portal transparência do TCE.
O advogado de Chico Lima, João Cunha, acredita que o depoimento de Nadaf prestado ao Gaeco antecede o interrogatório do ex-secretário à juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Arruda, na ação penal relativa à Seven. “Esse depoimento antecedeu o interrogatório de Nadaf na Seven, não foi juntado lá. As defesas não tiveram acesso oficialmente até o momento. E foi prestado diante do mesmo promotor”, observa. Neste sentido, diz que deve procurar ter acesso ao depoimento.
A defesa de Arnaldo, patrocinada pelo advogado Saulo Gahyva, informa que não teve acesso às declarações de Nadaf, a não ser por meio da imprensa. “Não sei da existência, não conheço o teor e assim que tivermos acesso devemos nos manifestar”. Afirma ainda que se seguir a linha do que Nadaf vem dizendo, os fatos não correspondem à verdade.
Fonte: RD NEWS

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Partiu hoje um amigo querido: José Arley Lopes
Amigos nunca partem: apenas se desligam temporariamente do nosso convívio…

Imagine alguém sempre bem-humorado, dotado de perspicácia para perceber detalhes que passam ao largo da maioria das pessoas; imagine, na sequência, um sujeito com firme disposição solidária, como se cumprisse plantão permanente, zeloso pelo bem dos amigos e parentes…
Complementem tal busca imaginária ao visualizá-lo colocando apelidos marcantes naqueles com os quais interage cotidianamente. Acréscimo importante.
Mais ainda: transformem o improvável vivente em um ser humano excepcional, preocupado em ir à luta com o intuito de sobreviver dignamente. Imaginaram?
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Pessoas assim existem, sim, por maior que sejam as dúvidas! E uma delas partiu hoje. Trata-se do meu companheiro de longos anos de convívio em Montes Claros-MG, José Arley Lopes.
Há anos, de forma intensiva, José Arley lutava contra um câncer impiedoso, doença originária da próstata.
Após se alastrar pelo corpo do amigo, o câncer conseguiu vencer a longa queda de braço travada entre a vida e a morte, levando Arley a descansar precocemente.
José Arley foi daqueles amigos inesquecíveis, apesar de décadas de desencontro físico. Mas nunca deixou de fazer parte das minhas lembranças dos tempos felizes de MOC. Tantas noites e dias divertidos!
Parece que ainda o vejo andando sorridente pela Praça da Matriz, rumo à antiga casa de dona Ana Lopes. E já chamava os conhecidos por apelidos arquitetados ladinamente…
Tais apelidos – tema que já abordei no FACEBOOK – vão permanecer incólumes. O amigo José Arley possuía o dom de apelidar implacavelmente quem quer que fosse.
Incrível como conseguia escolher nomes improváveis, mas todos pegavam que nem cola bombástica, para desespero das vítimas. A relação é bem extensa em Montes Claros…
Também não escapei de ser apelidado: ao me encontrar nas ruas, antes mesmo do tradicional aperto de mãos, Arley ensaiava gestos de golpes de Kung Fu, alusão ao esporte de karatê que eu praticava na época, idos dos anos 70.
“Iôoo, Iáaa” – gritava alto. Daí, pra ser apelidado de “João Iô”, foi um pulo…
Meu pai também entrou na incessante roda de troca-nome: “Carlão Rapadura”. Meu irmão mais velho, José Antônio, passou a ser “Popotinha”.
Certos apelidos aos parentes eram comentados apenas às escondidas, em função do humor limitado das vítimas.
Enquadra-se nessa lista os saudosos Vicente e Moacir Lopes, tios de J.A, e também sisudas tias. Nem arrisco mencionar seus nomes…
Alguns primos também penam com apelidos emplacados pelo amigo José Arley: é o caso dos irmãos Ricardo (“Jegaço”) e Vinícius Lopes (“Pela Jegue”).
Nem sei exatamente como, o próprio José Arley ganhou apelido estratosférico: “Zé Bucânia”. Suspeito que ele mesmo tenha se apelidado…
José Arley ainda protagonizou passeios memoráveis no Pentáurea Clube, igualmente garantindo almoço grátis no clube campestre e outras mordomias.
Para tanto, fez amizade com garçons e dirigentes do balneário. Até hoje tenho saudades daquela comida deliciosa…
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Enfim, é mais um companheiro que parte, e confesso ser difícil me conformar com isso. Só desejo que continue [no plano celestial] a encantar os novos amigos com seu jeitão irônico e tão simpático: não tenho dúvidas de que o Paraíso é sua próxima parada!
Quanto à Praça Doutor Chaves, a popular Praça da Matriz, por onde José Arley andava costumeiramente, ganhou, a partir de hoje, mais um anjo de luz a perambular pelas suas alamedas…
João Carlos de Queiroz, jornalista
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