VÁRZEA GRANDE

DESTAQUE

NA BERLINDA, TCE SE CALA

Publicado em

DESTAQUE

Mesmo alertado por auditores em 2009, Tribunal não audita contas da Fundação que movimentou mais de R$ 100 milhões nos últimos anos

 

Por: Pedro Ribeiro

A cobra fumou. Ou como se diz no meio policial a casa caiu. Esses jargãos tão comuns no nosso dia-a-dia talvez não seria referência nenhuma para um órgão que hipoteticamente deveria defender a moralidade e o respeito com dinheiro público. Deferia! Mas, não foi isso que aconteceu na fiscalização dos convênios firmados entre a Fundação de Apoio ao Ensino Superior Público Estadual (Faespe) e diversos órgãos públicos, entre eles o próprio Tribunal de Contas.

O Grupo de apoio ao crime organizado (Gaeco) – formado por policiais e promotores – afirmou que a assembleia legislativa e o Tribunal de Contas eram o epicentro do desvio que pode ultrapassar – até o momento – cerca de R$ 3 milhões em propina em favor da quadrilha que era operacionalizado pelo secretário Executivo de Administração do TCE, Marcos José da Silva. Ainda não foi revelado o nome do verdadeiro ´chefe´.

Os convênios firmados pela Fundação com os órgãos públicos, segundo os promotores, ultrapassam os R$ 100 milhões e o desvio pode ser bem maior e dezenas de pessoas devem estar envolvidas. Na operação foram presos preventivamente Claudio Roberto Borges Sassioto, Marcos Moreno Miranda, Luiz Benvenuti Castelo Branco de Oliveira, Jose Carias da Silva Neto Neto, Karinny Emanuelle Campos Muzzi de Oliveira, João Paulo Silva Queiroz, José Antônio Pita Sassioto, Hallan Goncalves de Freitas, Marcos Jose da Silva, Jocilene Rodrigues de Assunção e Eder Gomes de Moura. Marcos Antonio de Souza, Fadia Kassin Fares Garcia, José Augusto Proenca de Barros e Lázaro Romualdo Gonçalves de Amorin foram conduzidos coercitivamente para prestar esclarecimentos.

Leia Também:  Mais de oito mil atendimentos foram realizados durante mutirão para entrega dos cartões SER Família em Cuiabá

Conforme o Gaeco o esquema de desvios de recursos, era viabilizado pelos pagamentos aos órgãos por meio de convênios com a Faespe para prestação de serviços diversos. A Faespe, por sua vez, subcontratava empresas (algumas delas “fantasmas”), cujos serviços eram pagos com dinheiro público. Porém, conforme o Gaeco, quem atestava as notas fiscais dos mencionados “serviços” era um funcionário da própria Faespe e não um servidor público escalado para fiscalizar e supervisionar citados convênios. As denuncias e fundamentado pedido de auditoria de falcatruas da Faespe aportou em 2009 no Tribunal de Contas (TCE), na época presidida pelo conselheiro Antônio Joaquim, e que dirige atualmente o TCE.

O requerimento para as providências partiu da Associação dos Docentes da Universidade do Estado de Mato Grosso – Adunemat –, seção Sindical da Andes. O processo da Adunemat teve a relatoria – na época – do Conselheiro Alencar Soares. Depois de protocolado o requerimento, a equipe técnica da 3ª Secretaria de Controle Externo de Auditorias Operacionais (SECEX) foi designada para analisar o feito. Os auditores –na época- concordaram com as denuncias protocoladas pela Adunemat e evidenciaram a necessidade de fiscalização na Faesp por receber recursos públicos, sem ser auditada e nem prestar contas, o que feria os  Princípios da legalidade, moralidade e publicidade.

Leia Também:  Divisão do MDB entre PL e PT

O que se viu a partir daí – após o relatório da 3ª SECEX – é que a Faesp era marcada pela simbiose de interesses espúrios, pois não havia controle contábil confiável na arrecadação e os auditores concluíram pela necessidade de realização de auditoria na Fundação. Após a analises dos auditores, não se sabe que rumo tomou o relatório apresentado e por que?, o Tribunal de Contas, na época comandado pelo conselheiro Antônio Joaquim, não autorizou a realização de auditoria na Faespe.  A Adunemat alertou ao TCE em 2009 ser óbvio concluir que a Faesp poderia estar sendo utilizada como “caixa dois” para fins políticos, por causa da omissão dos órgãos fiscalizatórios. Mas os conselheiros do TCE se mostraram inerte.

Com a operação Convescote, o Gaeco confirma a denuncia da Adunemat e começa a desvendar as pegadas das falcatruas da Faesp junto aos órgãos públicos, como o TCE. O contrato desta fundação que não tem em seus quadros sequer professor do ensino médio para prestar assessoria técnica ao Tribunal de Contas é um escárnio do contribuinte é uma ofensa aos servidores qualificados do próprio órgão. Se o TCE tivesse auditado a Faesp em 2009, na gestão de Antônio Joaquim, e fiscalizado com eficiência, não haveria tanta ´sangria´ com o dinheiro público e muitas pessoas não teriam morrido devido a grave crise na saúde pública.

 

 

COMENTE ABAIXO:
Propaganda
Clique para comentar

Você precisa estar logado para postar um comentário Login

Deixe uma resposta

DESTAQUE

Procon-MT dá orientações sobre consumo a idosos para celebrar os 33 anos do Código de Defesa do Consumidor

CDC completou 33 anos nesta segunda-feira (11) e na próxima semana haverá palestras em três centros de convivência

Publicados

em

Foto por: João Reis/Setasc-MT

O Procon Estadual vai realizar uma série de atividades de educação para o consumo, com foco na orientação aos idosos em comemoração aos 33 anos do Código de Defesa do Consumidor (CDC), completados nesta segunda-feira (11.09). Na próxima semana, de terça a quinta-feira (19 a 21.09) haverá palestras em três centros de convivência para idosos.

A secretária adjunta de Proteção e Defesa dos Direitos do Consumidor (Procon-MT), Márcia Santos, salienta que o CDC precisa ter mais visibilidade, pois é ele que estabelece as regras de proteção e defesa para o consumidor. O Código também determina a conduta que deve ser adotada nos casos em que não há consenso entre consumidores e fornecedores, buscando a harmonização nas relações de consumo.

“O CDC é a lei que protege e defende o consumidor, estabelecendo os direitos e deveres de consumidores e fornecedores. E quando existe uma lei que nos protege, devemos conhecer e divulgar o seu teor”, explicou.

Entre os direitos básicos estabelecidos no CDC estão a proteção da vida, saúde e segurança do consumidor; direito à informação clara, precisa e adequada; qualidade nos produtos ofertados no mercado; e a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva. O CDC institui, ainda, o direito à educação para o consumo como um de seus princípios básicos.

A programação alusiva ao aniversário do CDC iniciou nesta segunda-feira, com palestra para os frequentadores do Restaurante Prato Popular, localizado no bairro Bandeirantes, na Capital.

Cerca de 40 pessoas conversaram com a conciliadora de Defesa do Consumidor do Procon Estadual, Márcia Calazans, que ministrou a palestra “Concessão de crédito e os direitos do Consumidor”.

Leia Também:  Secretaria de Saúde promove vacinação antirrábica de cães e gatos

Durante o evento, a conciliadora abordou os principais tipos de crédito e os direitos dos consumidores previstos no CDC e em legislações consumeristas e fez um alerta sobre os golpes aplicados na atualidade.

De acordo com Márcia Calazans, os consumidores devem evitar a contratação de crédito por impulso, sem reflexão econômica e análise prévia de sua real situação financeira.

“A maioria das pessoas têm dificuldade em controlar gastos de compras parceladas, especialmente aquelas feitas no cartão de crédito. Por isso, é preciso redobrar o cuidado e sempre ser realista com o que se pode gastar, para não cair na armadilha do superendividamento. O crédito só deve ser usado em situações pontuais e de emergência, e nunca para o pagamento de despesas regulares e do mês”, alertou a conciliadora.

Márcia também falou sobre os golpes aplicados contra os consumidores no mercado de consumo, como o golpe do boleto falso; dos empréstimos consignados com assinatura falsificada; do contrato eletrônico fraudulento por meio de ‘selfie’; da quitação de empréstimo consignado por boleto bancário ou PIX; do golpe da revisão judicial da aposentadoria; golpe do crédito da ação judicial, entre outros.

“A população precisa ficar atenta, pois a cada dia surgem golpes novos contra os consumidores. Antes de pagar boletos e fazer transferências, confira os dados do banco e do destinatário. Desconfie do que é muito fácil e procure sempre os canais oficiais para dirimir dúvidas e buscar ajuda. Jamais clique em links recebidos por e-mails ou redes sociais e evite repassar seus dados e cópias de documentos pessoais”, ressalta a conciliadora.

Leia Também:  Em Curitiba, 1/3 dos presos fecha delação premiada

Programação

A programação alusiva ao aniversário do CDC seguirá na próxima semana, em Cuiabá. Na segunda-feira (18.09), haverá palestra no Centro de Convivência para Idosos Drª Maria Ignês França Auad, no bairro CPA III.

Na terça-feira (19.09), está programada palestra no Centro de Convivência para Idosos Padre Firmo Pinto Duarte Filho, no bairro Dom Aquino (Av. Beira Rio Sul, Nº 5.100), próximo ao Shopping Popular.

A programação encerra na quinta-feira (21.09), com palestra no Centro de Convivência para Idosos Aidee Pereira, no bairro Novo Horizonte (Rua Flamengo Novo Horizonte, 42).

“No total, mais de 200 idosos da Capital devem participar das palestras educativas do Procon. Nossa intenção, além de levar conhecimento sobre os direitos dos consumidores, é alertar os idosos sobre os principais problemas e golpes que afetam esse público, que é considerado hipervulnerável. A programação educativa também está sendo desenvolvida no interior do Estado, pelos Procons Municipais”, informou a secretária adjunta do Procon-MT, Márcia Santos.

SECOM/MT

COMENTE ABAIXO:
Continue lendo

POLÍTICA

POLÍCIA

ESPORTE

ENTRETENIMENTO

MAIS LIDAS DA SEMANA