A 4ª edição do Prêmio Jejé de Oyá, uma das principais celebrações da cultura e resistência negra em Mato Grosso, será realizada nesta segunda-feira (29), a partir das 18h30, no Teatro da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). O evento conta com apoio institucional da Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel).

O prêmio reconhece o trabalho e a trajetória de pessoas negras com destaque em 10 áreas de atuação, como arte, educação, saúde, ciência, cultura popular, entre outras. Nesta edição, dois premiados serão homenageados em cada categoria, selecionados por um júri técnico com base em critérios como relevância, impacto social e, primordialmente, a autodeclaração racial.

Com o tema “Território”, a premiação deste ano busca estabelecer conexões entre as lutas e histórias negras em Mato Grosso e os saberes ancestrais do continente africano, reafirmando a centralidade da herança africana na formação da identidade brasileira.

Segundo o idealizador do evento e fundador da Bemtivi Academia de Arte, Jeferson Bertoloti, o prêmio vai além do reconhecimento individual. É também um ato político e de fortalecimento coletivo:

“O prêmio não é só uma homenagem, é um grito de resistência. Ocupar os espaços de arte, de cultura e de poder é dizer que estamos aqui, que temos voz e que sempre existimos”, afirmou o produtor cultural.

Pela primeira vez, o Teatro da UFMT será o palco da cerimônia, simbolizando a ocupação de espaços acadêmicos e artísticos pelo povo negro. A escolha do local faz alusão à primeira universidade do mundo, fundada em Timbuktu, no Mali, um dos grandes centros de saberes do continente africano.

Para o secretário da Secel, David Moura, o evento reforça o papel do Estado na valorização da cultura afro-brasileira:

“É uma satisfação contribuir para a realização desse evento tão valoroso. É um merecido reconhecimento pela história de resistência e construção de protagonismo que nós, do Governo de Mato Grosso, apoiamos e celebramos.”

*Sob supervisão de Daniel Costa