A Polícia Civil de Mato Grosso, por meio da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon), deflagrou na manhã desta sexta-feira (12) a Operação Rede de Mentiras, com o objetivo de desarticular um sofisticado esquema de pirâmide financeira que lesou vítimas em várias regiões do país.

Segundo o delegado Rogério Ferreira, titular da Decon, o grupo criminoso atraía investidores por meio de vídeos publicados no YouTube e em outras redes sociais, oferecendo promessas de lucros irreais.

“O trabalho da Polícia Civil na manhã de hoje foi para desmantelar um esquema de pirâmide financeira, no qual os investigados atraíam pessoas por meio de vídeos nas redes sociais, prometendo investimentos em ações da Bolsa de Valores, com retorno garantido de 5% a 7% ao mês”, explicou o delegado.

Durante a operação, foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão, além de um mandado de prisão preventiva. A Justiça também determinou o bloqueio de bens e valores que somam mais de R$ 1,3 milhão, a suspensão de empresas em nome dos investigados e a proibição do uso de redes sociais para divulgação de qualquer tipo de investimento.

“Cumprimos quatro mandados de busca e apreensão, um de prisão preventiva e diversas ordens judiciais, entre elas o sequestro de bens, a suspensão de registros empresariais e a proibição do uso de redes sociais para captação de novos investidores”, detalhou.

Até o momento, 27 vítimas registraram boletins de ocorrência na Decon de Cuiabá, mas o número pode ser muito maior.

“Temos até agora 27 vítimas só em Cuiabá. Contudo, como os investigados usavam as redes sociais, que têm alcance global, podemos ter vítimas em todo o Brasil e até fora do país”, alertou o delegado.

O principal alvo da operação, Jonathan R. V. B., foi preso preventivamente. Segundo o delegado, a prisão não tem prazo determinado.

“É prisão preventiva, não há prazo para que ele seja liberado. Agora ele está à disposição do Poder Judiciário”, afirmou.

Com a conclusão das buscas, a próxima fase da investigação será a análise dos dados apreendidos.

“Agora, vamos extrair os dados contidos em celulares, notebooks, computadores e analisar toda a documentação. A partir disso, definiremos os próximos passos da investigação”, completou Rogério Ferreira.

A operação contou com apoio do Ministério Público, da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e reforça o alerta da Polícia Civil sobre os perigos de promessas de investimentos com lucros garantidos. A Decon reforça que denúncias podem ser feitas pelo telefone 197, pelo e-mail [email protected], ou pela Delegacia Digital.

*Sob supervisão de Daniel Costa