Divisão dos Poderes
A Câmara Municipal não é puxadinho da Prefeitura
No município, o Executivo é representado pelo prefeito e seus secretários. Já o Legislativo tem como função a representação da população por meio da Câmara de Vereadores
Opinião

A democracia brasileira se assenta sobre um princípio fundamental: a separação dos poderes. Executivo, Legislativo e Judiciário devem atuar de forma harmônica, mas independentes, como forma de garantir o equilíbrio institucional e proteger os interesses da sociedade. Essa lógica, embora mais debatida em esferas estadual e federal, é igualmente vital no contexto municipal, onde, infelizmente, costuma ser negligenciada.
No município, o Executivo é representado pelo prefeito e seus secretários. Já o Legislativo tem como função a representação da população por meio da Câmara de Vereadores. Esta casa legislativa tem três missões principais: legislar, fiscalizar e representar. Isso inclui aprovar leis, analisar o orçamento municipal, questionar ações do Executivo, convocar secretários, abrir CPIs, e exigir transparência na gestão pública.
Entretanto, em muitos municípios, a Câmara se desvirtua. De fiscalizadora e crítica, passa a funcionar como puxadinho da Prefeitura. O que deveria ser um órgão autônomo e altivo torna-se submisso, muitas vezes cooptado por cargos, favores, emendas ou acordos políticos silenciosos. Quando isso acontece, o prejuízo não é institucional apenas. Recai sobre a população, que deixa de ser verdadeiramente representada.
A harmonia entre os poderes é salutar, mas ela não pode se confundir com submissão. Um vereador não é eleito para agradar o prefeito, mas para servir ao povo. A verdadeira lealdade de um parlamentar é com os eleitores, não com o Executivo. A independência da Câmara é o que impede a concentração de poder, o desvio de recursos, os atos ilegais e os abusos administrativos.
Além disso, uma Câmara eficiente debate projetos com profundidade, fiscaliza contratos, convoca audiências públicas, exige prestação de contas e atua com base em dados, não em conveniências. Uma Câmara omissa, por outro lado, fecha os olhos diante de denúncias, aprova tudo sem questionar e silencia quando deveria se indignar.
Fortalecer o Legislativo municipal não é ato de oposição. É defesa da democracia. A cidade que tem uma Câmara autônoma, crítica e comprometida com o interesse coletivo avança. A que tem um Legislativo decorativo, acorrentado à vontade do prefeito, afunda em retrocesso.
A separação dos poderes é cláusula de proteção do cidadão. Ignorá-la é fragilizar a democracia desde a base. E sem base firme, todo o sistema desmorona.
Daniel Costa é Jornalista do Jornal O Mato Grosso

Opinião
Todo respeito, dignidade e valorização aos idosos
Propostas incluem transporte gratuito, varas especializadas e apoio a instituições de longa permanência

O Brasil celebra, em 1º de outubro, o Dia Nacional da Pessoa Idosa. A data nos convida a refletir sobre o papel que cada um de nós, sociedade e poder público, deve assumir na construção de políticas que garantam dignidade, respeito e qualidade de vida àqueles que já contribuíram tanto para o desenvolvimento do nosso Estado e do nosso país.
Vivemos um tempo em que a expectativa de vida aumenta a cada ano. Esse avanço é motivo de comemoração, mas também de responsabilidade. Mais do que nunca, precisamos pensar em políticas públicas que acompanhem essa realidade. Não basta apenas reconhecer a importância da pessoa idosa: é necessário assegurar acesso à saúde, ao transporte, ao lazer e a condições de moradia que lhes garantam autonomia e bem-estar.
Na Assembleia Legislativa, tenho dedicado esforços a essa causa. Apresentei propostas que vão desde a ampliação da gratuidade do transporte coletivo intermunicipal, até a criação de Varas Especializadas do Idoso e apoio às Instituições de Longa Permanência. Também defendi a valorização de iniciativas que oferecem acolhimento e cuidado, como o projeto da Vila dos Idosos em Jaciara, um modelo de moradia assistida que promove independência, mas sem abrir mão do acompanhamento de saúde e da convivência comunitária. Essa é uma experiência simples, humana e transformadora, que pode ser replicada em outras cidades de Mato Grosso.
Outra frente importante foi a defesa da Delegacia Especializada de Delitos Contra a Pessoa Idosa (DEDCPI), além da proposição de medidas para fortalecer o Estatuto da Pessoa Idosa em nosso Estado. Cada indicação, cada projeto de lei, tem como objetivo colocar em prática o princípio de que envelhecer deve ser sinônimo de respeito, não de abandono.
Como pai e avô, tenho consciência de que o cuidado com a pessoa idosa é também uma forma de cuidar do futuro que queremos para nós mesmos e para as próximas gerações. A velhice não pode ser vista como fardo, mas como etapa de sabedoria, experiência e contribuição.
Neste Dia Nacional da Pessoa Idosa, deixo meu compromisso de continuar lutando por políticas públicas que garantam dignidade, valorização e cuidado a quem tanto já fez pelo nosso Estado. Cuidar da pessoa idosa é, acima de tudo, cuidar da nossa história.
Max Russi, deputado estadual e atual presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso
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